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Por Exame
As alegações envolvendo o presidente da República, Michel Temer, e o dono da JBS, Joesley Batista, prejudicam a perspectiva de crédito do Brasil, “ameaçando paralisar ou reverter o positivo momento político e econômico observado recentemente”, na avaliação da agência de classificação de risco Moody’s.
“Embora não estejam claras quais as implicações para o presidente Temer, as consequências políticas das alegações provavelmente comprometerão o ímpeto da reforma – algo negativo para o perfil de crédito soberano”, na avaliação da Moody’s.
Em relatório divulgado nesta sexta-feira, 19, a agência comenta que, caso o escândalo político e a incerteza permaneçam, eles podem estimular a volatilidade do mercado financeiro e prejudicar o crescimento brasileiro.
A Moody’s diz, ainda, que as reformas projetadas pelo governo Temer são “críticas para a melhora da força fiscal do país”, mas ressalta que, provavelmente, elas serão interrompidas. “Além disso, a turbulência política e suas implicações vão pesar sobre a confiança dos investidores, revertendo a recuperação econômica nascente”, comenta.
Em seu relatório, a agência afirma que as condições macroeconômicas e financeiras – taxa de câmbio, preços das ações, inflação e expectativas de inflação – melhoraram significativamente desde que Temer assumiu o cargo no ano passado e começou a demonstrar sua capacidade de promover reformas difíceis. No entanto, de acordo com a Moody’s, “o escândalo político poderia reiniciar a onda de notícias negativas entre a incerteza política e econômica, revertendo a evolução positiva dos últimos meses e prejudicando as perspectivas de crescimento”.
Para a agência, “ainda é muito cedo” para avaliar os desdobramentos das recentes revelações. “No entanto, nossa visão sobre o que pode ameaçar a perspectiva estável do rating Ba2 do Brasil continua sendo aquela refletida em nossa avaliação feita em março: um ressurgimento da desarticulação política e, ainda, a interrupção do momento favorável às reformas que ameace sua implementação e o cumprimento do teto dos gastos públicos”, comentou.