Economia

Rabobank vê aumento no plantio de soja e mais uma safra recorde no Brasil

O área plantada com soja no Brasil deverá aumentar quase 3% na próxima safra, para um recorde de 38 milhões de hectares, enquanto a produção está projetada também em históricas 127,3 milhões de toneladas, com produtores investindo na lavoura diante de preços remuneradores, estimou um analista do Rabobank.

A safra 2020/21, que começa a ser plantada em meados de setembro, pode crescer 5,3% ante a colheita concluída mais cedo neste ano, disse à Reuters o analista Victor Ikeda, que usou dados do governo para fazer a comparação. A projeção foi feita com base em uma linha de tendência de produtividade, explicou ele.

“Um dos pontos que justificariam esse aumento de área é o nível atrativo de preços… vemos uma perspectiva de margens relativamente atrativas ao produtor”, afirmou ele.

Ele acrescentou que, além da taxa de câmbio favorável a negócios com o principal produto de exportação do Brasil, o preço da soja no mercado de Chicago está “ganhando força, flertando com 9 dólares por bushel”, um patamar próximo dos maiores níveis do ano para o primeiro contrato.

Ele destacou que algumas regiões de Mato Grosso, maior produtor brasileiro de soja, estão com margens operacionais de cerca de 40% ou até acima, versus 35% em média nos últimos cinco anos.

Segundo ele, com essas margens, plantar soja passa a ser bem interessante em áreas de pastagens degradadas ou em pastos de pecuária mais extensiva.

“Boa parte desse avanço de área ocorrerá em áreas de pastagem degradada”, destacou ele.

Ele reconheceu que as margens para o milho de primeira safra, que disputa com a soja em algumas áreas, também estão boas.

Dessa forma, ele prevê crescimento do plantio de milho primeira safra para algo próximo de 5 milhões de hectares, versus 4,2 milhões de hectares projetados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no último ciclo.

“Dependendo da produtividade, a margem do milho verão fica mais interessante que a da soja”, afirmou ele, ponderando que os produtores, ainda assim, deverão optar pela oleaginosa na maioria das áreas. Isto porque, em boa parte do país, eles têm a possibilidade de cultivar o cereal na segunda safra.

Ele explicou ainda que a margem do milho verão pode ser boa, mas a rentabilidade do produtor fica melhor quando ele planta a soja para o verão e o milho para o inverno.

Redação

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