Economia

Queda do petróleo afeta a Petrobras que atinge menor valor em 11 anos

 

A turbulência nos mercados da Ásia e a queda no preço de commodities como o petróleo contagiaram as ações de duas das principais empresas da bolsa brasileira nesta quinta-feira (7). Petrobras e Vale operam em queda após terem chegado ao menor valor em mais de uma década, informou ao G1 a provedora de informações financeiras Economatica.

Com forte peso no Ibovespa, a mineradora e a petroleira ajudaram a arrastar para baixo o principal índice de ações brasileiro. Na véspera, a bolsa recuou ao seu menor patamar desde março de 2009, aos 41.773 pontos.

Nesta quinta-feira, o Ibovespa opera em nova queda, afetado  por uma segunda suspensão nos negócios das bolsas chinesas nesta semana, após um recuo de mais de 7%. Veja a cotação

Em dólares, o Ibovespa terminou a quarta-feira no patamar mais baixo desde 26 de julho de 2005, aos 10.365 pontos, de acordo com a Economática.
A pontuação em dólares é usada como referência para os investidores estrangeiros, dividindo-se os pontos do índice em reais pela cotação do dólar ptax (taxa calculada pelo Banco Central).

O economista Einar Rivero, responsável pelo estudo da Economatica, explica que a forte alta do dólar frente ao real – a moeda norte-americana subiu quase 49% em 2015 – torna a desvalorização do Ibovespa mais aguda para os investidores estrangeiros.

Ações da Petrobras no último ano (Foto: REPRODUÇÃO/BM&FBovespa)

 

Queda do petróleo afeta a Petrobras
No dia em que os preços do petróleo caíram ao menor valor em 11 anos, as ações preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) da Petrobras perderam mais de 4% e fecharam a R$ 6,40 – o menor valor desde agosto de 2004, segundo a Economatica. As ações ordinárias também recuaram mais de 4%, a R$ 8,06.

Nesta quinta-feira (7), as perdas da estatal se repetem. Por volta das 14h15, Petrobras operava em queda nas preferenciais e ordinárias (com direito a voto), na esteira do forte declínio dos preços do petróleo, que fecharam abaixo de US$ 35 na véspera. Mais cedo, as ações recuavam cerca de 4%.

Um forte e inesperado aumento nos estoques de gasolina dos Estados Unidos reforçou o cenário negativo de excesso de oferta no mercado. Além disso, o anúncio de um teste de bomba de hidrogênio pela Coreia do Norte, aliadas a crescentes preocupações sobre a desaceleração da economia da China, impactaram o mercado.

Em dezembro do ano passado, a Opep não chegou a um acordo para reduzir a produção de petróleo, aumentando as preocupações diante do excesso de oferta. Fiel à posição adotada um ano antes, o cartel não somente decidiu manter seus atuais níveis de produção, como também não fixou uma meta precisa de produção.

Com a queda do Petróleo, a Petrobras sofre com a redução nas receitas de exploração e produção, agravando ainda mais a situação econômica da companhia, que enfrenta alto endividamento.

A queda do preço do petróleo no mercado internacional também diminui a rentabilidade dos projetos de exploração no pré-sal, que foram planejados levando em conta um preço mínimo do barril ao redor de US$ 45 para a produção poder ser considerada economicamente viável.

A notícia de que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou indícios de que o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, participou de suposto esquema ilícito de compra de debêntures da OAS, segundo o "Estado de S. Paulo", também repercutia nas ações hoje.

Desaceleração da China contagia Vale
Na véspera, as ações preferenciais da Vale recuaram mais de 7% e fecharam a R$ 9,10, no menor valor desde junho de 2005, de acordo com a Economática. A preocupação com um crescimento menor da China tem afetado diretamente os papéis da empresa.

Ao crescer menos, a China passa a importar menos minério de ferro do Brasil e de outros países, já que precisa de menos insumos para a produção industrial. A commodity é o principal produto de exportação da Vale e o mercado chinês, seu maior comprador. A queda na demanda pelo minério de ferro no mundo faz seus preços caíram, afetando as ações da mineradora.

Nesta quinta, os papéis da empresa seguiam com perdas, depois que as negociações nas bolsas chinesas foram suspensas pela segunda vez na semana, ao caírem mais de 7%. A Vale perdia cerca de 4% nas preferenciais e 3,6% nas ordinárias, em meio às preocupações com a China.

Analistas do UBS cortaram o preço-alvo do ADR (recibo de ação negociado nos EUA) da mineradora de US$ 5,30 para US$ 3,40, mantendo recomendação "neutra", e citaram que nos atuais preços de commodities, o Ebitda da Vale estimado para 2016 pode não cobrir os compromissos de caixa de US$ 4 bilhões. A estimativa do Ebitda dá uma ideia do fluxo de caixa da companhia.

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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