Proporção de domicílios particulares permanentes urbanos com ônus excessivo com aluguel, no total, e no primeiro quinto de rendimento por casa per capita (Foto: Reprodução / IBGE)
Quase 30% dos domicílios alugados em 2014 tinham o valor de locação igual ou superior a 30% da renda domiciliar mensal, ou o que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica como “ônus excessivo”. No ano, essa situação ocorria em 6% das residências particulares permanentes urbanas, o que equivalia a 28,8% dos domicílios urbanos alugados.
Essa condição ocorria em 56,8% dos domicílios alugados entre aqueles que compõem o primeiro quinto de rendimento domiciliar mensal per capita (a faixa de renda mais baixa, que engloba os 20% com menores renda), em 2014. Em 2004, esse percentual era de 50,4% entre o mesmo grupo que recebia em média uma renda de R$ 192 por pessoa.
“Entre os domicílios urbanos pertencentes ao 1º quinto de renda domiciliar per capita, a tendência de elevação da proporção de domicílios em situação de ônus excessivo com aluguel se expressou desde o início da série e foi o mais acentuado”, apontou o estudo.
Em 2004, segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS 2015), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (4), isso ocorria em 4,4% no total de residências particulares permanentes urbanas, o que equivalia a 24,6% dos domicílios urbanos alugados.
O instituto informou ainda, que entre 2004 e 2008 a proporção de domicílios nessa situação, no total de residências urbanas, se manteve estável.
“A situação de ônus excessivo com aluguel é especialmente preocupante no caso dos domicílios onde a renda domiciliar já é de antemão escassa. A condição de domicílio alugado pode significar um fator a mais de vulnerabilidade para as famílias residentes, na medida em que o aluguel consome parte do orçamento domiciliar”, ressaltou a análise.
O IBGE ressaltou ainda que a análise desse indicador está restrita aos domicílios urbanos, “já que a condição de alugado é rara nas áreas rurais”. Entre as regiões analisadas, a proporção de residências nessa condição de “ônus excessivo”, em 2014, variava de 10,7% no Distrito Federal, e 1,6% no Piauí.
Residências particulares
Ao longo do período de 10 anos, o número de domicílios particulares no Brasil cresceu mais rapidamente (28,7%) que a população residente nos mesmos (10,8%0, “ou seja, a média de moradores por domicílio declinou”. A categoria “alugado” apresentou uma tendência de elevação em dez anos, acumulando um acréscimo de 3,1 pontos percentuais no período.
Fonte: G1