Manter aliados em torno da reeleição do governador Pedro Taques, depois da desistência do ministro da Agricultura Blairo Maggi de se candidatar novamente ao Senado neste 2018, é a prioridade atual, afirmou o presidente estadual do PSDB, Paulo Borges, em entrevista ao Jornal do Meio-Dia, da afiliada local da tevê Record.
Agora, a disputa por cargos majoritários na base do governador se intensificaram devido à saída da “grande liderança do ministro Blairo Maggi, que tem muitos serviços prestados ao Estado”. Para ele, com a saída do “imbatível”, uma reengenharia se fez necessária. Ele cita Nilson Leitão, o atual vice-governador Carlos Fávaro e Francis Maris, de Cáceres, como nomes com “legitimidade para pleitear a vaga” aberta no Senado, dentro do bloco da situação.
“O cenário é novo, temos até o dia 7 de abril para termos uma visão melhor do que pode acontecer, porque é o prazo para desincompatibilização dos pré-candidatos, tem a janela para os novos candidatos se filiarem aos partidos, então, só a partir de abril vamos ter uma definição mais clara do cenário. E eleição é eleição, não há nenhuma fácil”, continuou.
Questionado se Carlos Fávaro não havia se tornado “franco atirador” porque não afirmou em momento nenhum que seria candidato junto do bloco do governador, Paulo Borges escapou pela tangente.
“O vice-governador Carlos Fávaro é um grande líder, se mostrou muito habilidoso, é presidente do PSD, tem muita legitimidade. Pode ser candidato a vice e pleitear uma vaga ao Senado. Vamos conversar bastante e não podemos fechar a porta para ninguém. É um companheiro de primeira hora, sempre junto do PSDB, estamos conversando e caminhando também junto com o DEM”, colocou.
Na visão de Borges, Fávaro candidato ao Senado não enfraqueceria as pretensões de Nilson Leitão em se tornar o novo grande nome do agronegócio mato-grossense no Congresso porque a vontade dele antecede em muito o anúncio do declínio do ministro da Agricultura.
“Temos que fazer a nossa parte. Nilson Leitão já tentava viabilizar seu projeto desde o ano passado, com a candidatura de Blairo Maggi. Nada obsta fazermos dobradinhas com Carlos Fávaro, com Mauro Mendes, com Jayme Campos. Agora temos duas vagas e em condições iguais. Não vejo incompatibilidade de Carlos Fávaro pleitear, do Mauro Mendes pleitear, do Jayme. São duas vagas e vamos trabalhar com esses dois nomes”.
Perguntado sobre a propalada falha do governador Pedro Taques em se comunicar com seus aliados, Borges também contemporizou, afirmando que o atual chefe do Paiaguás vem “trabalhando essas questões” e que confia na habilidade política dele para conseguir, por meio de reuniões, dirimir as divergências, comuns, aliás, a todos os partidos. Não esconde que os tucanos apostam todas suas fichas na manutenção do DEM. “Vamos conversar bastante, dialogar. Essas conversas vem sendo feitas desde o ano passado. O governador tem que fazer a parte dele, tem que fazer gestão, melhorar os números, está trabalhando diuturnamente para isso e nós também estamos focados, fazendo por onde também viabilizar”.
Borges afirmou, ainda, que crê na manutenção do “bom diálogo” com os pesos-pesados do DEM: os irmãos Jayme e Júlio Campos e o deputado Dilmar Dal Bosco. “Se o governador, e ele tem essa clareza, de ter essa habilidade, segurar esses partidos na base aliada, tenho certeza absoluta que vamos caminhar com êxito nas eleições 2018”.