O promotor pediu nesta terça-feira (17) a absolvição pura e simples do ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, julgado em Lille (norte da França) por um caso de proxenetismo (obtenção de vantagens econômicas com a prostituição alheia) junto a outras 13 pessoas.
"Nem a informação judicial, nem a audiência permitiram estabelecer a infração de proxenetismo agravado para Strauss-Kahn", declarou o promotor Frédéric Fèvre, ao concluir sua alegação final.
Na véspera, dois advogados de autores da ação judicial contra Strauss-Kahn anunciaram que vão retirar suas queixas de delitos sexuais contra o denunciado.
"As Equipes da Ação contra o Proxenetismo retiram sua acusação contra Dominique Strauss-Kahn", declarou ante o tribunal de Lille (norte da França) o advogado da associação, David Lepidi.
Gilles Maton, o advogado que defende as quatro prostitutas envolvidas no caso, duas das quais também processavam DSK, também anunciou que elas vão abandonar as acusações contra o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional.
Strauss-Kahn, de 65 anos, se apresenta desde 2 de fevereiro a um tribunal de Lille junto com outros 13 acusados de proxenetismo com agravantes, um crime passível de ser punido com 10 anos de prisão.
DSK é acusado de ser o principal beneficiário e incentivador de festas libertinas na França e em Washington.
Julgado neste caso três anos e meio depois do escândalo do hotel Sofitel de Nova York, que custou sua carreira, DSK, como é conhecido, podia ser condenado a até 10 anos de prisão.
"Corresponde ao tribunal condenar apenas a partir de provas e não de convicções", explicou o promotor.
A presença do ex-diretor do FMI "incontestavelmente deu uma dimensão excepcional, política, midiática, moral, além da dimensão penal, que é a única que nós temos que conhecer", disse o magistrado.
"Um homem poderoso seria, necessariamente, culpado", questionou o promotor, reforçando que quer tratar DSK 'como qualquer outra pessoa'.
O político que foi durante muito tempo o favorito das pesquisas de opinião para as eleições presidenciais francesas de 2012, manteve durante todo o processo a mesma linha de defesa, de que é adepto de festas libertinas, mas não de prostitutas, e que ignorava que a condição das mulheres que participavam destas festas.
Perante o tribunal, ele declarou inocência e disse não ter cometido 'nem crime, nem delito'.
O promotor pediu, no entanto, dois anos de prisão, um deles com liberdade condicional, para outro acusado, Dominique Alderweireld, dono de prostíbulos na Bélgica, apelidado de Dodo la Saumure, e entre três e quinze meses condicionais para outros cinco acusados.
Fonte: G1