A expansão da Ferrovia Senador Vicente Vuolo (antiga Ferronorte), para ligar Rondonópolis a Cuiabá, recebeu sinalização positiva e a intenção de que os trilhos subam para o norte, e facilitem o escoamento da produção do Estado, que é o maior produtor de grãos do País avança em 2016. Mas, para a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), a expansão da ferrovia só até Cuiabá não irá resolver nada para os produtores.
Edeon Vaz Ferreira, diretor executivo de movimento Pró-Logística da associação, explicou ao Circuito Mato Grosso durante uma entrevista realizada em novembro deste ano, que quanto mais ferrovia tiver no Estado, melhor, porém o modal precisa se estender até Lucas do Rio Verde, a 282 km de Cuiabá.
“Teria que se estender até Lucas do Rio Verde, porque lá teríamos um grande entroncamento ferroviário. Lá viabilizamos a Ferrovia Centro-Oeste, que vai de Campi Norte (norte/sul) até Lucas do Rio Verde, tem a Ferrogrão que vai ligar na primeira etapa Lucas do Rio Verde a Miritituba e a segunda etapa até Sinop. No futuro, haverá um grande entroncamento ferroviário que permitiria você levar a carga para o Norte, para Santos, para o Maranhão e Nordeste”, pontuou.
Com essa expansão, a ferrovia traria emprego, trabalhadores e os municípios próximos, como Nova Mutum, Sorriso, Ipiranga seriam beneficiados pela proximidade da linha ferroviária. “Os anéis ferroviários não são dentro da cidade, são fora da cidade, como é o caso de Rondonópolis. Somente levar a ferrovia até a capital eu não vejo grandes vantagens”, afirmou Edeon.
A sinalização positiva só aconteceu no terceiro encontro neste ano entre o governador Pedro Taques e o grupo Cossan. Atualmente, a malha ferroviária brasileira, transporta cerca de 30 milhões toneladas de produção, 14 milhões só em Mato Grosso. Com o projeto de modernização e expansão da malha, a meta é chegar a 75 milhões de toneladas transportadas, sendo que o Estado seria responsável por 25 milhões.
Segundo o Fórum Pró-Ferrovia, pelo primeiro estudo realizado, financiado pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e Governo Federal, realizado pela Universidade de Santa Catarina, o investimento para a expansão do modal gira em torno de R$ 2,5 bilhões para trazer 280 km de ferrovia de Rondonópolis a Capital.
O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Blairo Maggi, em uma visita a Cuiabá disse ao Circuito Mato Grosso que desconhece a nova sinalização, pois não teve acesso aos estudos ainda. “Eu não tive acesso ainda aos estudos, mas quanto mais você interiorizar as ferrovias, melhor. Quem que vai querer ser contra isso?”, analisou.
Confira detalhes desta reportagem na edição 611 do jornal impresso