A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou hoje (9) balanço da produção de grãos no Brasil. De acordo com os dados, o país deve produzir, na safra 2014/2015, 202,18 milhões de toneladas. O número representa aumento de 4,5% com relação à última safra. A previsão também cresceu em relação à estimativa anterior, que era 201,55 milhões de toneladas. Com relação à área plantada, houve aumento de 1,3% (de 56,98 milhões para 57,8 milhões de hectares). Este é o quarto levantamento da safra atual.
“Nós tínhamos feito uma previsão de aumento da safra que está sendo superada pela realidade”, disse a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, ao comentar os dados. Segundo ela, em razão da venda antecipada, da valorização do dólar e do aumento da produção, os produtores não foram atingidos por quedas de preços de algumas commodities. Na próxima safra, no entanto, devem ser afetados negativamente pela alta da moeda norte-americana, já que importam adubos e fertilizantes.
“A valorização do dólar e o aumento da produção fizeram com que os produtores ficassem em uma situação confortável. Estão com custos [de produção] defasados. Deveremos ter um problema na próxima safra [com aumento de custos]. O PIB [Produto Interno Bruto] do agronegócio em 2015 deve ser melhor que em 2014”, afirmou a ministra. Ela destacou ainda que as importações da China aumentaram. “[O país] aumentou as importações, decepcionando quem imaginava que a China teria um recuo”, disse.
De acordo com o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos, a previsão para a colheita de grãos ainda pode crescer. “A tendência do milho de segunda safra e a produtividade da soja podem fazer com que tenhamos um ano ainda melhor”, disse. Kátia Abreu lembrou que, apesar da queda de preços do milho em razão do excesso de produção, o Brasil continua sendo o segundo maior exportador mundial do grão.
A soja é o destaque entre as culturas do país, com aumento de 11,4% da produção, prevista para ficar em 95,9 milhões de toneladas. A Conab promoveu a pesquisa entre os dias 14 e 20 de dezembro. O trabalho é feito em parceria com agrônomos, técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de cooperativas, secretarias de Agricultura, órgãos de assistência técnica, agentes financeiros e revendedores de insumos, que fornecem as informações à estatal.
Fonte: Agência Brasil