A produção industrial caiu em 8 dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de dezembro para janeiro, divulgou o órgão nesta sexta-feira (9).
As principais quedas foram no Paraná (-4,5%), Rio Grande do Sul (-3,5%) e São Paulo (-3,3%). O recuo ocorreu ainda no Ceará (-2,2%), Rio de Janeiro (-2,1%), Região Nordeste (-1,1%), Espírito Santo (-0,9%) e Santa Catarina (-0,1%).
Os resultados positivos da indústria foram no Pará (7,3%), Amazonas (7,1%), Goiás (2,4%), Pernambuco (1,5%), Minas Gerais (1,4%) e Bahia (0,9%).
A produção da indústria brasileira recuou 2,4% em janeiro frente a dezembro do ano passado. O resultado, pior desde fevereiro de 2016 quando houve retração de 2,5%, interrompeu quatro meses seguidos de crescimento. Já na comparação com janeiro do ano passado, a indústria brasileira registrou crescimento de 5,7% – 9ª taxa positiva consecutiva e a mais acentuada desde abril de 2013 (9,8%).
Queda em SP
A queda da produção industrial paulista é a maior desde agosto de 2016 e a principal responsável pelo resultado negativo da indústria do país em janeiro. Atividades como veículos automotores, derivados do petróleo, metalurgia e setores da borracha foram as que mais contribuíram para essa baixa, segundo o IBGE.
Além de ter sido uma queda mais intensa que a do resultado nacional, São Paulo responde por 34% da produção industrial do país. Para o gerente da pesquisa, André Macedo, outro aspecto que explica esse resultado é a base mais alta de comparação, uma vez que São Paulo vem de dois meses seguidos de avanço: “embora não seja o estado com queda mais forte, é o que tem a maior influência negativa no total”.
Na comparação com janeiro de 2017, a indústria paulista cresceu 7,5%, dando seguimento a um movimento de 9 meses de alta iniciado em maio de 2016, assim como ocorreu com a indústria brasileira. Mais uma vez, o setor automobilístico teve grande contribuição para o resultado.
A partir desses resultados, o pesquisador diz que “a análise permanece como a de uma trajetória de recuperação para o estado e para o país, mesmo com a queda em janeiro frente a dezembro e algumas reduções de ritmo”.
Comparação anual
Na comparação com janeiro de 2017, houve resultados positivos em 11 dos 15 locais pesquisados, com Amazonas (32,7%), Pará (14,1%) e Santa Catarina (10,9%) com as altas mais intensas.
São Paulo (7,5%) e Rio Grande do Sul (6,6%) também tiveram altas acima da média nacional (5,7%), enquanto Bahia (5,6%), Rio de Janeiro (5,1%), Ceará (4,9%), Minas Gerais (4,0%), Goiás (3,0%) e Região Nordeste (0,4%) completaram o conjunto de locais com crescimento na produção nesse mês.
Espírito Santo (-7,8%) apontou o maior recuo, pressionado, em grande parte, pelo comportamento negativo vindo dos setores de metalurgia, de indústrias extrativas e de produtos de minerais não metálicos. Os demais resultados negativos foram registrados em Pernambuco (-2,4%), Paraná (-1,8%) e Mato Grosso (-0,4%).