Economia

Previsões pioram e aumentam chances de racionamento de energia

O aumento de 15% de carga esperada para o Brasil em fevereiro foi divulgado pelo ONS no final da sexta-feira (7) e é mais do que o dobro da estimativa da semana passada, de que a carga subiria 7,1% neste mês na comparação com fevereiro de 2013.

Já o custo marginal de operação médio para a região Sudeste / Centro Oeste e Sul superou o primeiro patamar que indica custo déficit de energia, de R$ 1.364,42 por MWh (megawatt-hora), e necessidade de reduzir até 5% da carga.

Para esta semana, esse custo de operação do sistema está em R$ 1.691,39 por MWh para as regiões Sudeste/Centro Oeste e Sul. "Na semana de 8 a 14 de fevereiro, a previsão é de que ocorra chuva fraca em pontos isolados das bacias dos rios Uruguai e Jacuí. Nas demais bacias hidrográficas de interesse do SIN (Sistema Interligado Nacional) predomina a estiagem", informou o ONS no Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação para esta semana.

O ONS acrescentou que o Sudeste/Centro-Oeste teve o segundo pior janeiro em regime de chuvas para geração de energia pelas hidrelétricas desde 1931 e que, pela previsão revista, no mês de fevereiro esta posição está mantida.

Além disso, o ONS prevê que o Nordeste apresente a menor média mensal de afluência de chuvas para os reservatórios de todos os meses de fevereiro do histórico. "A revisão das previsões para o mês de fevereiro indica queda significativa das afluências aos subsistemas Sudeste, Sul e Nordeste", informou o ONS.

As afluências previstas para o SIN (Sistema Interligado Nacional) reduziram cerca de 7.000 MW médios, assim como a energia armazenada esperada, que sofreu redução adicional de 4.500 MW médios, conforme informações da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).

As previsões para o mês de fevereiro agravam as preocupações em relação ao abastecimento do País já que os reservatórios, principalmente no Sudeste, estão em níveis baixos críticos e continuam a cair.

Os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste, os principais para o abastecimento do País, estão em queda desde janeiro, época em que deveriam estar enchendo para sustentar o fornecimento de energia durante o período seco. Esses reservatórios já tiveram uma queda de 4,66% desde o fim de dezembro e estão hoje em 38,52% de armazenamento.

Esse armazenamento ainda é maior que o fechado ao fim de janeiro do ano passado, de 37,46%, mas o ONS prevê que esses reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste terminem fevereiro em condições ainda piores, a 35,6%. No final de fevereiro de 2013, os reservatórios dessa região estavam a 45,48%.

Já no Sul, o nível dos reservatórios está em 51,5%, e se a previsão do ONS para o fim de fevereiro se cumprir, estará em 36,8% ao final do mês.

Todas as térmicas do País disponíveis para a operação estão acionadas, conforme indica o custo marginal de operação, que já está superior ao custo de geração da térmica mais cara do País, indicando a necessidade de racionar carga no Sudeste/Centro-Oeste e Sul.

"Todavia, as regiões SE/CO, NE e N encontram-se em pleno período úmido, o que conduz à expectativa de reversão do atual cenário hidrológico. Assim sendo, a operação do SIN será realizada considerando o pleno atendimento aos requisitos de carga", disse o ONS no Sumário do PMO, documento disponível em seu site.

A necessidade de redução de carga apontada ocorre após o sistema elétrico nacional como um todo e outras regiões separadamente virem batendo consecutivos picos de demanda de carga de energia.

Na terça-feira (4), curto-circuitos em linhas de transmissão que trazem energia do Norte para Sudeste do País ainda resultaram em apagão que atingiu diversos Estados e cerca de 6 milhões de consumidores.

Reuters

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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