Alta é influenciada pelo fim do Bônus Itaipu
Bruno de Freitas Moura – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 25/09/2025 – 09:23 | Rio de Janeiro
A prévia da inflação oficial de setembro ficou em 0,48%, impactada principalmente pelo preço da energia elétrica. Em agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) havia ficado em -0,14%. Já em setembro de 2024 o indicador marcou 0,13%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula 5,32%. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação anual segue acima da meta do governo, que é de 3% ao ano com tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo chegar até 4,5%.
A alta da conta de luz é explicada pelo fim do Bônus Itaipu, desconto concedido em agosto a 80,8 milhões de consumidores. Em setembro, sem o bônus, a fatura voltou a subir.
Influências
Dos nove grupos de preços apurados pelo IBGE, cinco apresentaram alta de agosto para setembro:
- Habitação: 3,31%
- Vestuário: 0,97%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,36%
- Despesas pessoais: 0,20%
- Educação: 0,03%
- Comunicação: -0,08%
- Artigos de residência: -0,16%
- Transportes: -0,25%
- Alimentação e bebidas: -0,35%
O grupo habitação respondeu por 0,5 p.p. do IPCA-15 de setembro. A energia elétrica residencial, que subiu 12,17% após ter caído 4,93% em agosto, foi o maior impacto individual entre os 377 produtos e serviços pesquisados, contribuindo sozinha com 0,47 p.p.
Além do fim do bônus, pesou a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos. Essa cobrança extra é determinada pela Aneel para custear usinas termelétricas, que produzem energia mais cara em períodos de baixa nos reservatórios.
Alimentos caem pelo 4º mês
Os preços dos alimentos caíram pelo quarto mês seguido. Em setembro, o recuo foi de 0,35%, com impacto de -0,08 p.p. Em agosto, a queda havia sido de 0,53%.
Na alimentação no domicílio (-0,63%), destacaram-se as quedas de:
- Tomate: -17,49%
- Cebola: -8,65%
- Arroz: -2,91%
- Café moído: -1,81%
Em contrapartida, as frutas subiram 1,03% em média.
Já a alimentação fora de casa subiu 0,36%, abaixo do 0,71% de agosto, indicando desaceleração.
IPCA-15 x IPCA
O IPCA-15 segue a mesma metodologia do IPCA (a inflação oficial), mas difere no período de coleta e na abrangência. O IPCA-15 é calculado antes do fechamento do mês, com coleta de preços entre 15 de agosto e 15 de setembro.
Ambos os índices consideram uma cesta de bens e serviços para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos (atualmente R$ 1.518).
O IPCA-15 é calculado em 11 localidades: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia. Já o IPCA inclui 16 regiões, acrescentando Vitória, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
O IPCA cheio de setembro será divulgado em 9 de outubro.
Matéria atualizada às 9h46 para acréscimo de informações.
Com Agência Brasil