A presidente Dilma Rousseff foi recebida com vaias na Feicon, evento do setor de construção que começa nesta terça-feira (10) em São Paulo.
Acompanhada do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, e de organizadores da feira, Dilma chegou a mudar a rota dentro do pavilhão de eventos do Anhembi, na zona norte da capital. As vaias partiram de um grupo de cerca de 200 pessoas, trabalhadores dos estandes das marcas que participam da exposição.
Diante das vaias, Dilma caminhou por cerca de dez minutos pelos estandes, depois entrou em um carro que a aguardava em um corredor do salão de exposições, de onde seguiu para a cerimônia de abertura, em uma auditório que fica em um prédio anexo ao salão de exposições.
"Podemos ser melhores"
No discurso aos empresários da construção civil, a presidente pediu que eles "não deixem que as incertezas estruturais determinem sua visão do País". Dilma admitiu o momento difícil que a economia brasileira vive, mas reiterou que os ajustes em curso dão condições de ultrapassar essa etapa.
Em sua fala, a presidente rememorou dados do programa Minha Casa, Minha Vida para situar aos empresários que o setor viveu recentemente um momento de pujança, e afirmou que conta com a força da indústria da construção que, segundo ela, tem papel importante na geração de empregos.
"Asseguro: vou apoiar o dinamismo do setor. Com parcerias com entes da federação, com a terceira fase do Minha Casa, Minha Vida." De acordo com a presidente, o Brasil tem capacidade para se transformar: "Não tomamos medidas para voltar a um momento áureo recente, mas porque podemos ser melhores", afirmou.
Ao fim do evento, Dilma saiu do recinto sem passar pela imprensa, que a esperava no saguão que dá acesso à saída principal.
Após o panelaço
No domingo (8), ao fazer seu pronunciamento por ocasião do Dia Internacional da Mulher, Dilma foi alvo de diversas manifestações em cidades brasileiras, com "panelaços" e gritos de “fora Dilma”. Há também protestos já marcados o próximo domingo (15) em várias cidades.
Na visita que fará nesta terça-feira (10) a São Paulo, dois dias depois do panelaço, a presidente Dilma Rousseff deve ter um encontro fora da agenda oficial com Luiz Inácio Lula da Silva. Os objetivos: aparar arestas com o ex-presidente e discutir alternativas à crise que consome a popularidade do governo.
Nessa segunda (9), Dilma disse que as manifestações em prol de seu impeachment precisam deixar claros seus motivos pois, do contrário, na opinião da presidente, devem ser classificados como “ruptura democrática”.
“O que não é possível no Brasil é a gente não aceitar a regra do jogo democrático. A eleição acabou, houve o primeiro e o segundo turno. Terceiro turno das eleições para qualquer cidadão brasileiro não pode ocorrer, a não ser que se queira uma ruptura democrática”, disse a presidente.
Na última sexta-feira (6), foi divulgada a lista dos políticos envolvidos em escândalo da Operação Lava Jato. Na lista dos 49 suspeitos de envolvimento no esquema de desvios na Petrobras estão o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o da Câmara, Eduardo Cunha.
Fonte: iG