Presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho (União), classificou como 'demagogia' a mobilização que a bancada federal de Mato Grosso está fazendo em cima da situação da BR-163. A declaração foi dada por conta da audiência pública realizada nessa terça-feira (14).
Para Botelho, os senadores e deputados federais estariam chamando o governo Bolsonaro de 'incompetente' ao proporem a estadualização da rodovia.
"Já começaram fazer demagogia em cima disso e eu estou fora disso. Nós queremos realização e pela reunião que eu vi ontem, não vai ter solução a curto prazo. E os senadores nossos precisam tomar uma posição verdadeira. Querer que estadualize [a BR-163] para que o Estado faça isso e use o dinheiro do MT-PAR, então estão chamando o governo federal de incompetente. Se o governo federal não pode fazer e o Estado pode. Então é incompetência do governo federal", disse Botelho nesta quarta-feira (15) durante a sessão plenária.
O deputado acredita que ficar discutindo sem apresentar uma 'solução' seria demagogia da bancada federal do Estado. "Se não tem solução, eu estou fora. Mas vou ficar cobrando, porque falar que daqui 2 anos terá um projeto para fazer concessão de novo (…) é só enganação. A audiência de ontem mostrou que é só conversa fiada", completou.
Botelho vem criticando a proposta apresentada pelos senadores Wellington Fagundes (PL) e Fábio Garcia (União), para que o Estado participe de uma nova concessão para a BR-163 com recursos do MT-PAR. Segundo o deputado, os recursos do MT-PAR são específicos para incentivar empresas dentro do Estado e não resolver problemas que seria da União.
“Não vi o modelo. Temos que discutir, mas o dinheiro da MT-PAR é para fazer incentivo dentro do Estado. A BR é responsabilidade da União, já arrecadaram bilhões ali e agora vem tirar o dinheiro do Estado que tem que fomentar a agricultura familiar?”, questionou logo que a proposta foi apresentada ao governador Mauro Mendes (União).
Botelho se coloca contra a proposta porque, segundo ele, recursos foram surrupiados durante a período que a empresa controlava a rodovia.
Duplicação
A Rota do Oeste assumiu a concessão da BR163/364 no Estado em março de 2014, para duplicar 453,60 quilômetros em 5 anos. Decorridos 7 anos, a Rota do Oeste conseguiu ampliar a capacidade de tráfego em 120 km, desde a divisa com Mato Grosso do Sul até Rondonópolis, cumprindo apenas 26,4% da obra prevista.
O trecho rodoviário sob concessão da Rota do Oeste abrange a divisa com Mato Grosso do Sul até o município de Sinop, no entroncamento da BR-163 com a MT 220. O plano revisado e acatado pela ANTT prevê investimentos de R$ 3,2 bilhões nos próximos 5 anos. Porém, a concessionária devolveu a rodovia alegando problemas financeiros para não ter cumprido a meta de duplicação.