A Prefeitura de Cuiabá e ambulantes ainda no centro da cidade ainda discutem a realocação de barracas após a desocupação realizada nesta quarta-feira (28). Hoje (29), camelôs e representantes da prefeitura realizaram reunião para indicação de novos locais de instalação.
“Os ambulantes vieram até nós em busca de uma solução emergencial, para que possam retomar suas atividades com a maior rapidez possível e novamente nos colocamos à disposição do sindicato. Após oferecermos a possibilidade de acomodação no Centro Comercial Popular de Cuiabá (CCPC) no bairro Porto, eles sugeriram duas outras alternativas, afirmando que o fluxo de clientes seria muito maior. A opção temporária seria na Rua Coronel Poupino, atrás do Ganha Tempo. No entanto, este processo é mais complexo e envolve autoridades que ultrapassam o poder municipal”, disse Noelson Carlos Silva Dias, secretário municipal de Ordem Pública.
Ainda que a opção seja viável, a transição definitiva para o Mercado Municipal não é tão simples, conforme revelou Alex Jony, secretário municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico. Segundo o gestor, o local necessita de uma ampla reforma, o que envolveria o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além do Ministério Público.
“A possibilidade é real, mas dada às condições atuais de conservação do espaço, é inadequado alocar os vendedores ali. Antes de qualquer atitude desta natureza, é fundamental realizar intervenções no mercado, o que torna todo o processo de readequação mais lento e prolongando. Para efeito emergencial ele não funcionaria. Quanto à possível transformação da Rua Coronel Poupino em um calçadão, é crucial que um diálogo mais aprofundado – aliado ao estudo do caso – seja conduzido. Quando se trata de intervenções urbanas que comprometem o trânsito, tudo deve ser feito com cautela”.
Para o presidente do Sindicato dos Camelôs do Estado de Mato Grosso, Augusto Ferreira da Silva, é importante contar com o aporte da gestão municipal neste processo de readequação e admite que, mesmo sendo um processo demorado, a possibilidade de se estabilizarem no Mercado Municipal seria ideal.
“Nós queremos algo emergencial, mas também compreendemos que todo este procedimento é um pouco mais lento, principalmente por estarmos em fase de transição governamental. Mas é preferível esperar mais por algo definitivo e melhor, capaz de acomodar os cerca de 100 vendedores ambulantes que temos, do que agirmos de maneira ilegal e incorreta. Sabemos que a Prefeitura de Cuiabá vai conduzir a situação com destreza e cuidado, como tem feito desde o princípio, e logo teremos uma decisão provisória, enquanto os trâmites ligados ao local permanente se desenrolam”.