Prefeitos com dívidas na área da saúde cogitam pedir o afastamento do governador Pedro Taques do cargo devido a caos em atendimento público gerado por atrasos em repasses de verba.
O presidente da AMM (Associação Mato-grossense dos Municípios), Neurilan Fraga, disse que a medida está sendo avaliada por constantes atrasos na liberação de dinheiro para manutenção de serviços do SUS e consequentes prejuízos, como a paralisação de atendimento.
“Os prefeitos podem pedir o afastamento do governador junto à Assembleia Legislativa. Este não é o nosso objetivo, no entanto, estamos esgotando todas as possibilidades de diálogo para que o governo repasse os recursos que estão em aberto com os municípios”, disse.
Fraga afirmou que a dívida do governo estadual relacionada a serviços de saúde com as prefeituras já ultrapassou R$ 100 milhões.
Na terça (7), prefeitos e lideranças da região norte de Mato Grosso fizeram manifestação para cobrar a normalização do atendimento no Hospital Regional de Sinop. Segundo a AMM, mais de 100 manifestantes entre servidores e representantes de entidades participaram do ato em frente ao hospital regional de Sinop. Eles cobram do governador Pero Taques os repasses financeiros para que a unidade normalize os atendimentos nos setores de urgência e emergência, que foram reduzidos.
A unidade hospitalar está há mais de dois meses atendendo apenas emergência por falta de recursos para a manutenção de serviços. Com a suspensão de parte dos atendimentos do Regional de Sinop, os pacientes com necessidade de atendimento emergencial estão sendo encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que está sobrecarregada.
A Fundação de Saúde Comunitária soma R$ 8,8 milhões em dívida do governo, referentes a parcelas de setembro e outubro. A cobrança também é relacionada aos demais hospitais da região.
O movimento já vinha sendo discutido entre os prefeitos, vereadores e o Consórcio de Saúde Vale do Teles Pires, que é presidido pelo prefeito de Sorriso, Ari Lafin. O consórcio que reúne os municípios da região elaborou um documento que já foi encaminhado à Assembleia Legislativa, bancada federal e ao governador Pedro Taques, relatando a situação dos Hospitais Regionais de Sinop, Sorriso e Colíder.