Seguranças controlavam o acesso: só entrava quem tinha a camiseta do bloco.
A agremiação que for flagrada desfilando com área VIP –como nos blocos de Salvador– terá a licença cassada.
O decreto considera que os blocos desfilam por ruas públicas e que, por isso, é irregular cobrar por espaço exclusivo. Só será permitido cercar a área para músicos e diretoria.
No fim de semana, os blocos Chora Me Liga e E Daí desfilaram com cordas em torno do trio. Segundo o produtor cultural Marcelo Vital, da Vital Entretenimentos, que organizou os dois desfiles, a área era para abrigar membros da organização e as duplas sertanejas convidadas. Em nenhum momento, afirmou, os espaços foram comercializados.
O surgimento de blocos com "cercadinhos" tem feito com que entusiastas da festa tradicional torçam o nariz.
"O espírito do Carnaval de rua do Rio é de festa democrática. Ter espaço privilegiado não faz sentido", disse Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, a primeira liga de blocos do Rio. Segundo ela, o surgimento de blocos comerciais tira a espontaneidade do Carnaval de rua.
Vital discorda. Para ele, o Carnaval comporta todos os estilos musicais. "Não fosse a democracia do Carnaval do Rio, não teríamos blocos tocando Beatles (Sargento Pimenta) e sertanejo", defendeu.
Fonte: FOLHA.COM