Economia

Preço do milho sobe em 2018 mas produtores ainda não recuperam perdas

A supersafra de milho, como foi considerada a produção de 2017, não teve um impacto tão positivo no bolso dos produtores mato-grossenses. Isso porque a saca foi comercializada a cerca de R$ 15, o que fez com que o custo de produção estivesse alto. Para 2018, portanto, os agricultores reduziram a lavoura.

De acordo com o gestor técnico do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) Paulo Ozaki, mesmo com a diminuição de área plantada, a produção esperada para 2018 ainda é considerada boa.

“A estimativa gira um pouco menos do que no ano passado, porque tivemos um pouco de diminuição de área decorrente dos preços que não foram tão bons, mas é uma produtividade relativamente alta em relação a algumas safras atrás”, observou.

Segundo o Imea, a ideia é de que, em 2018, sejam semeados 4,5 milhões de hectares em todo o Estado, com uma produtividade de 96,3 sc/hc. Ao final, a produção é de cerca de 26 milhões de toneladas. Conforme a estimativa, quase 100% dos grãos já foram plantados.

De acordo com Ozaki, o tempo chuvoso possibilitou umidade de solo boa e favoreceu as lavouras, salvo algumas áreas que sofreram com a densidade de água e, em geral, o desenvolvimento da safra é considerado bom.

Comercialização

Com a diminuição da área plantada, os preços do milho voltaram a subir e, no mês de abril, atingiu marca de R$ 22,90 a saca. “É um preço relativamente bom, se formos comparar com o ano passado”, comentou o gestor.  “Os produtores tiveram perdas econômicas muito grandes. Já para esse ano, a oferta é mais limitada e isso faz com que os preços fiquem um pouco melhores”.

Segundo ele, o valor é influenciado devido à diminuição de área e problemas na produção de milho de outros países, o que gera uma oferta menor e preços melhores. “Percebemos que os preços estão firmes para os próximos meses. A gente tem uma projeção aí de que essa safra pode ser rentável para o produtor”.

Em Mato Grosso, com o preço do mercado, 44% da produção já foi comercializada, segundo o Imea. “Nós estamos na média e bem parecidos com a safra de 2017. As últimas cinco safras tinham em torno de 40%”, comentou Ozaki. Segundo ele, o maior índice de comercialização neste mesmo período foi de 70%. “Foi o máximo, foi há umas safras atrás”.

Em relação à safra passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estuda realizar leilão para vender o milho estocado da safra anterior. Segundo a entidade, a baixa disponibilidade do grão no mercado interno deve continuar impulsionando os valores da saca, que chegaram a R$ 41,30 em março, para 60 quilos, no Indicador de milho ESALQ/BM&F Bovespa.

Redação

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