Embora seja um setor estratégico para o país e a renda desta parcela da população tenha crescido 52% nos últimos dez anos, o estímulo a esta atividade não caminha no mesmo ritmo.
Especialmente em Mato Grosso, a “agricultura familiar ainda tem muito que caminhar”, ao menos é o que afirma o secretário-adjunto da Secretaria de Desenvolvimento e Agricultura Familiar (Sedraf-MT), Renaldo Loffi.
O Estado tem hoje 142 mil famílias de agricultores familiares que desenvolvem atividades nas mais diferentes cadeias produtivas. Loffi alega, no entanto, que essas famílias ainda esbarram em problemas como a falta de programas de desenvolvimento, ausência de regularização fundiária e ambiental por parte das famílias, assistência técnica insuficiente e ainda padecem com a precariedade da malha viária estadual e municipal, que muitas vezes inviabiliza a comercialização da produção.
Dada a grandiosidade do Estado e o alto número de agricultores familiares, Loffi revela a necessidade para que esses profissionais atuem com cooperativismo. “O exemplo é simples: um produtor de leite que produz 200 litros ao dia vai à indústria e tem que pedir ‘por favor’ pra indústria passar lá no distrito dele e buscar os 200 litros. Mas, se criar uma cooperativa e 50 produtores tiverem lá 20 mil litros de leite é diferente: eles vão lá negociar uma produção de 20 mil litros por dia com aquela indústria. Precisamos avançar nessa questão do cooperativismo, já que essa é uma das formas de fortalecer a agricultura familiar”, pontua o secretário.
Ainda segundo Loffi, Mato Grosso também encontra dificuldades neste segmento em face da falta de estrutura da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer). “Sabemos que a Empaer tem um número de técnicos bastante reduzido e consequentemente atende dentro de suas possibilidades, não é possível alcançar a totalidade de agricultores que precisam da assistência técnica.
Loffi admite, ainda, que atualmente a Empaer atende cerca de 20% das famílias de agricultores familiares do Estado e conta com cerca de 300 funcionários, distribuídos em 128 escritórios.
Por fim, o secretário assegura que é necessário que a Sedraf tenha um maior número de linhas de programas de desenvolvimento da agricultura familiar, em parceria com o governo federal, no sentido de atingir a totalidade dos produtores.