Luana Rodrigues, especial para o CMT
Para Antônio Pizza, os investimentos no setor ainda são tímidos e o desemprego preocupa. “O que mais compromete a mineração em Mato Grosso é a falta de investimento em pesquisa mineral, que demanda valores elevados e retorno em longo prazo”.
Além da logística, o Sindiminério aponta que as “altas taxas” cobradas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) prejudicam o setor. “Em regra geral os governantes desconhecem o setor mineral devido ao processo de exploração que é lento, investimento muito alto e de alto risco. Apenas 2% das áreas pesquisadas podem ser mineradas”, explanou.
Realidade dos garimpeiros
O Sindiminério auxilia na criação de cooperativas minerais nas regiões garimpeiras para fomentar um trabalho legal e organizado no Estado. Até o momento, a entidade criou 10 grupos, nos quais foram nomeados delegados sindicais. “Mas, infelizmente, a sociedade ainda confunde garimpeiros com aventureiros que invadem reservas indígenas ou fazendas mineradas. Mas os verdadeiros garimpeiros hoje trabalham de forma legal e tem consciência ambiental. Isso podemos garantir”, defendeu.
Em Mato Grosso, há garimpeiros filiados a cooperativas minerais em Alta Floresta, Pontes e Lacerda, Peixoto de Azevedo, Guiratinga, Poxoréu, Juína, Aripuanã e Juruena. “Os empregados das empresas de extração mineral são protegidos pela convenção coletiva de trabalho entre Sindiminério e Sindicato trabalhadores das Indústrias Extrativas do Estado”, informou Antônio Toledo Pizza.
Mas em Mato Grosso nem todos os trabalhadores do setor de mineração estão regularizados. O especialista em Economia Mineral João Justino Paes de Barros ressalta que apenas os profissionais filiados a cooperativas ou empresas têm boas condições de trabalho. “Os que estão à margem disso não têm acesso a linhas de crédito e enfrentam más condições, como descer a 30 metros de profundidade pendurados apenas por uma corda sem segurança, com condições de trabalho insalubres”.
Investimentos
No noroeste da cidade de Aripuanã segue em andamento um projeto polimetálico de lavra e beneficiamento de zinco, chumbo e cobre, na Serra do Expedito, controlado pelas empresas Votorantim Metais, Milpo e Karmin Exploration. A estimativa de vida útil mínima é de 15 anos, com capacidade de produção anual de 1,8 milhão de toneladas de minérios.
Por enquanto, o projeto se encontra em fase de licenciamento ambiental e tem previsão de entrar em operação em 2018. A expectativa é de que sejam gerados 2 mil empregos durante a construção e 600 contratações quando houver operação. O investimento estimado é de R$ 700 milhões. Em 2011, a empresa mineral IMS Engenharia Mineral investiu em torno de R$ 300 milhões na exploração de ferro em Juína e Juara.
A equipe de reportagem procurou saber se há ações sendo executadas pelo Governo do Estado para incentivar o setor de mineração. Mas, após diversas tentativas feitas nos dias 24 e 27, não foi obtida resposta da assessoria de comunicação.