Cidades

PM dá tapa no rosto de jovem após puxá-la pelos cabelos

"Tenho medo de sair. Penso em meus filhos que estão na escola. Quando vejo um carro da Polícia Militar (PM), fico preocupada com o que pode nos acontecer na rua", disse Vanessa Aparecida Nogueira, de 23 anos. A jovem, que aparece em vídeo durante operação da PM, levou um tapa no rosto e puxões de cabelo. O caso ocorreu no distrito de Ártemis, em Piracicaba (SP), e terminou com a prisão de dois homens por suspeita de tráfico de drogas no dia 28 de abril.

Um estudante que presenciou a abordagem, registrou imagens da ação. O vídeo mostra quando os soldados imobilizaram a mulher e puxam o cabelo dela. (veja acima)

A mãe de Vanessa também foi agredida pelos policiais com cassetete. "Ela, que tinha acabado de passar por cirurgia e ainda se recuperava, apanhou e foi ferida na barriga e na cabeça, levou cinco pontos e ficou hospitalizada", contou.

O Hospital dos Fornecedores de Cana (HFC), para onde a mãe da vítima foi encaminhada após também ser agredida, confirmou o atendimento. Segundo a unidade, a mulher fez um exame de tomografia e teve alta.

Ameaça
Vanessa informou ao G1 que chegou a ser ameaçada pelo policial que lhe deu o tapa em seu rosto. "Quando estávamos na delegacia para registrar o boletim de ocorrência, ele me disse: "Não se esqueça de que depois você estará na rua", teria dito o soldado, segundo a mulher.

Pedra
A Polícia Militar relatou, em nota, que após o marido da mulher ser abordado em carro por suspeita de tráfico de drogas, ela arremessou uma pedra na porta traseira direita do veículo da  PM."Ela também resistiu quando recebeu voz de prisão e agrediu um soldado com unhadas", disse em trecho do documento. O órgão informou ainda que apreendeu 159 pinos de cocaína dentro de um veículo na Rua Aristídes Beretta.

Humilhante
Vanessa assumiu que atirou uma pedra contra o veículo da polícia."Foi humilhante. Só a gente que passa sabe", desabafou. "Eu perguntei aos policiais o motivo de levarem meu marido preso sem mandado e fui defender minha mãe que já estava no local. Na hora do nervoso, fiz isso. Mas não justifica a agressão que sofri. Ainda mais por um soldado homem, sendo que no momento havia uma policial mulher", questionou.

Inquérito Militar
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou, em nota, na segunda-feira (9), que o inquérito militar instaurado para investigar a conduta de policiais durante abordagem está em andamento, mas ainda não tem resultados. "Por sua natureza, é procedimento protegido por sigilo, conforme dispõe a lei", disse no documento. Os policiais, se condenados, podem ser punidos nas esferas criminal e administrativa.

Testemunha
De acordo com a costureira Noemi dos Santos Silva, de 43 anos, moradora do bairro, a agressão ocorreu quando a jovem, que é esposa de um dos rapazes presos por suspeita de tráfico, tentou conversar com os policiais para impedir que ele fosse detido.

A testemunha é mãe de um outro rapaz que também foi preso, segundo ela, injustamente. "Meu filho deu carona para o marido da jovem agredida e eles foram abordados. Ele é trabalhador e inocente, não é traficante", alegou Noemi, criticando a ação.

Segundo Noemi, o filho correu para a residência onde mora no momento da abordagem. "Quando cheguei em casa, estavam todos deitados no chão", contou.

 

Fonte: G1

Redação

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