O gerente da Unidade de Agronegócio de do Sebrae, Ricardo Willian Santiago, ressalta a importância do evento em fazer essa integração com os piscicultores. “Muitos produtores são de uma região distante do fornecedor de tanque e assim veio a ideia para integrar toda a cadeia da piscicultura”, explica.
Ainda sobre a iniciativa de apoiar o projeto, Santiago relata que a alta da produção é visível pela qualidade que o peixe tem como alimento. “A carne é branca, saudável e sustentável, fatores do crescimento do consumo”.
Santiago ainda pretende que a Feira Nativa do Peixe entre para o Catálogo Nacional de Feiras, para que possa “ser referência em todo o Brasil pra quem trabalha com piscicultura”.
O setor é composto atualmente por 1.200 piscicultores, dos quais 90% produzem peixes de pequeno porte. No Vale do Rio Cuiabá o grupo tem uma média de 150 piscicultores, de 14 municípios. Já no Portal da Amazônia são 55 produtores e em Confresa em torno de 40.
Em Cuiabá há cinco frigoríficos e três em construção. Isso mostra quanto é crescente o mercado em Mato Grosso, que vende para frigoríficos e atacadistas e ainda fornece o produto para outros estados.
De acordo com o empresário Marcos Buurmann, que possui uma indústria de comércio de rações na Capital, houve aumento de cerca de 60% nas vendas nos últimos três anos devido ao crescimento da produção de peixe. “Somente nos três meses anteriores o aumento é de uma média de 25% na saída das rações”.
Comércio do tambatinga é maior que o de tambacu
Ao contrário do que pensa o consumidor, o peixe que mais se vende dentro do estado de Mato Grosso não é o tambacu. De acordo com o diretor técnico da Aquamat e também produtor Francisco das Chagas de Medeiros, a tambatinga é o peixe que mais tem sido comprado pelo consumidor. “O que acontece é que o vendedor, na tentativa de atender ao desejo do cliente, acaba colocando na plaquinha o nome tambacu ao invés de tambatinga”, explica.
A tambatinga é o cruzamento do tambaqui com pirapitinga; por serem peixes redondos, eles têm as mesmas características, o que confunde o consumidor que compra o tambacu. Francisco diz que apenas colocando lado a lado se nota a diferença das duas espécies.
Esse peixe é o mais produzido e, em consequência, o mais vendido. Para o mercado, a venda sai por R$ 4,50 e o consumidor paga uma média de R$ 7,00 a R$ 9,00 o quilo do peixe limpo. A qualidade do peixe é mediada pelo cultivo, que possui seu sistema padrão e pelo frigorífico, que faz o teste de qualidade. O que para o consumidor resulta num peixe saudável, sem gordura, com proteínas e sem o gosto de “terra”.
Aspectos- O peixe nativo de Mato Grosso é todo aquele com característica redonda, como pacu, tambacu, tambaqui, tambatinga, entre outros. E os de pequeno porte são considerados os que têm cerca de 2,5 kg.