A Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado de busca e apreensão em Mato Grosso pela Operação Timóteo, deflagrada na manhã desta sexta-feira (16) em 11 Estados e o Distrito Federal. A operação investiga uma organização criminosa investigada por esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.
As investigações começaram em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral).
Além de Mato Grosso, a PF cumpre mandados de busca e apreensão e prisão em BA, DF, GO, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO. Em nota, a Polícia Federal informou que, além das buscas, os 300 policiais federais envolvidos na Operação Timóteo também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, quatro mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de três imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões.
Em Santa Catarina, duas pessoas foram presas e oito foram conduzidas coercitivamente nas cidades de Balneário Camboriú e Itajaí. Também houve sequestro de imóveis e bloqueio de valores.
O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos três escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.
O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: "Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição".
Pastor Silas Malafaia
O pastor Silas Malafaia é alvo de mandado de condução coercitiva no âmbito da Operação Timóteo, deflagrada na manhã desta sexta-feira (16), pela Polícia Federal. O diretor do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), Marco Antônio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF.
Segundo a PF, Malafaia teria "emprestado" contas correntes da igreja para ocultar valores desviados em um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral.
Em posts no Twitter, o religioso afirmou ter recebido uma "oferta de cem mil reais de um membro da igreja" de um outro pastor, que seria seu amigo. "Não sei o não conheço o que ele faz", completou Malafaia. O cheque teria sido depositado pelo próprio beneficiário em sua conta corrente. "Por causa disso sou ladrão? Sou corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas." Malafaia afirmou que está em São Paulo e vai se apresentar à PF na cidade. (Com Uol)