Economia

Petrobras reduz preço da gasolina de novo e queda chega a 40% no ano

A Petrobras reduzirá em 15% o preço médio da gasolina em suas refinarias a partir de quarta-feira e manterá o valor do diesel, informou a companhia à Reuters após ser consultada.

A redução ocorrerá em meio a um tombo dos preços de petróleo e derivados por impactos da expansão do coronavírus e de uma guerra de preços entre grandes produtores globais da commodity.

Com o novo corte, a queda acumulada de gasolina da Petrobras –responsável por quase 100% da capacidade de refino do Brasil– somará cerca de 40% em 2020, de acordo com informações da petroleira e cálculos da Reuters.

Na semana passada, estatal havia já reduzido o valor da gasolina em 12%.

O preço do diesel, por sua vez, acumula recuo de aproximadamente 30% neste ano até o momento.

Os preços do petróleo Brent já caíram cerca de 60% neste ano, sendo negociados nesta terça-feira a cerca de 27 dólares o barril, com uma queda da demanda diante da pandemia de coronavírus e o aumento da oferta depois que a Rússia e a Arábia Saudita não chegaram a um acordo para reduzir a produção.

O chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva, afirmou à Reuters que a queda da gasolina no mercado internacional foi ainda mais brusca que a repassada pela Petrobras aos clientes, em um movimento que parece ser de cautela, uma vez que a companhia não tem como prever como o mercado se comportará nos próximos dias.

“Tem ainda uma quantia boa represada de reajuste que dá para fazer, eu acho que a Petrobras vem adotando uma estratégia de suavizar o movimento, porque ela não sabe se o preço ‘rebota’ daqui a dois dias, o mercado está muito volátil.”

“Também acho que se baixar inteiro, ela começa a trazer problemas sérios para a cadeia. Quem está estocado com o produto, vai ter problemas sérios se reduzir tão bruscamente os preços, o prejuízo pode ser muito grande.”

A petroleira estatal tem reforçado sua política de preços, que segue o princípio da paridade de importação, que leva em conta preços no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio.

O repasse de ajustes dos combustíveis nas refinarias para o consumidor final nos postos não é imediato e depende de diversos fatores, como consumo de estoques, impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.

Redação

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