Economia

Petrobrás e a francesa Total fazem parceria

Foto Reprodução

A Petrobrás firmou ontem a terceira parceria com uma empresa petroleira de grande porte em menos de dois meses. A francesa Total será sua aliada estratégica na exploração e produção de petróleo e poderá estar ao seu lado no leilão do pré-sal marcado para o ano que vem, informou o presidente da Petrobrás, Pedro Parente. Antes da Total, em agosto, a estatal já havia anunciado a intenção de ter a norueguesa Statoil como parceira prioritária. Em seguida, disse o mesmo sobre a portuguesa Galp.

No caso da Total, as conversas vão além da sociedade em novos projetos que podem surgir do pré-sal. As duas vão estudar oportunidades para produzir petróleo no exterior, e a Total ainda poderá comprar ativos de geração de energia elétrica e do segmento de gás natural.

“Essa parceria pode incluir tanto ativos já existentes quanto a participação em futuros leilões. E na área dedownstream (abastecimento) pode implicar desinvestimentos. Estamos discutindo. Os detalhes só vamos conhecer quando tiver concluída a negociação que esperamos fazer proximamente”, disse Parente. A ideia é definir projetos para dividirem até o fim do ano.

A Petrobrás incluiu na sua lista de bens à venda, para engordar o caixa em meio à crise financeira, redes de gasodutos, terminais de regaseificação, por onde chegam os navios com gás importado e unidades de tratamento do gás natural produzidos em alto mar, além de usinas térmicas.

Refinarias também fazem parte do pacote, mas, no comunicado enviado ao mercado, a estatal informou que a discussão sobre esse tipo de negócio acontecerá numa segunda etapa. Em coletiva para comentar a parceria, Parente ainda afirmou que “o conjunto de refinarias” não está em discussão. “Seriam coisas mais pontuais”, complementou, sem dar detalhes das conversas.

A formação de parcerias tem sido apontada pela Petrobrás como uma solução para seguir em frente com os investimentos. Sem dinheiro em caixa, a estatal quer dividir custos e riscos com outras empresas. A estratégia tem sido utilizada há anos na produção de petróleo, mas nunca foi uma alternativa de fato em outros segmentos de atuação. Agora, a ideia é estendê-la a toda a empresa.

No refino, comandado pelo diretor Jorge Celestino, o desenho de como será essa parceria está avançando. Em palestra durante a feira Rio Oil & Gas, ele informou que, até o fim do ano, a diretoria da Petrobrás apresentará ao conselho de administração o modelo de sociedade que será firmado dentro do programa de venda de ativos.

Pacote. A ideia é juntar em um mesmo pacote ativos de refino e sua infraestrutura logística, “de maneira que faça sentido econômico para o sócio”, segundo Celestino. “Para atrair investidor, o ativo tem de ter valor relevante, capacidade de refino e acesso ao mercado”, afirmou.

Serão formadas empresas, nas quais seriam alocadas uma ou mais refinarias e a estrutura logística. Cada uma dessas empresas teria parte do capital vendido a futuros sócios. Mas ainda não foi definido o porcentual a ser vendido e se a estatal permanecerá como operadora.

O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, disse ter sido "decepcionante" o preço da gasolina ter subido em 11 estados e no Distrito Federal após a empresa ter anunciado uma redução nas suas refinarias, no último dia 15. O combustível ficou 3,2% mais barato para as distribuidoras, que repassam o produto para os postos antes que cheguem ao consumidor.

Para os motoristas, após dez dias do corte pela Petrobrás, o combustível ficou mais caro em alguns locais, segundo levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

“Acho que, como expectativa, certamente, é decepcionante ver que isso não chegou ao consumidor. Mas não fazemos pesquisa nos postos e nem sei se foi uma situação generalizada. Acho que era uma expectativa justa que isso tivesse acontecido, mas não há o que fazer, porque o mercado é livre”, disse Parente.

Distribuidoras e donos de postos têm independência para definir os preços que pretendem praticar, sem que sofram interferência da Petrobrás e do governo. Ao anunciar o corte de preços nas refinarias, Parente estimou que os motoristas poderiam ser beneficiados com uma queda de R$ 0,05 por litro de gasolina. Mas a projeção não se concretizou.

Para o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino, ao avaliar os preços dos combustíveis na bomba, é preciso levar em conta o efeito do álcool anidro, adicionado na proporção de 27% na gasolina. “O preço do etanol está subindo. Isso explica em parte o fato de o preço não ter caído para o consumidor”, disse.

Fonte: Estadão

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26