Após quatro meses em alta, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou forte queda em Cuiabá no mês de agosto. O indicador, medido pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), recuou de 104,5 pontos em julho para 96,6, uma variação negativa de 7,5%. O resultado demonstra aumento do pessimismo entre os comerciantes da capital, que também observam o cenário econômico nacional com cautela.
De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice atual também é inferior ao de agosto de 2024, quando estava em 106,9 pontos, marcando queda de 9,6% no comparativo anual. Para o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, a conjuntura macroeconômica tem sido determinante nas percepções do empresariado local. “Cuiabá apresenta um cenário parecido com os dados nacionais, demonstrando que a avaliação macroeconômica se faz muito presente nas decisões do empresário do comércio”, destacou.
Todos os subíndices do levantamento apresentaram retração em agosto. A Expectativa do Empresário do Comércio foi o que mais caiu, com -12,3%, seguida do Investimento do Empresário do Comércio (-5,1%) e das Condições Atuais do Empresário do Comércio (-2,7%). Entre os entrevistados, 80% avaliaram que a economia nacional piorou em relação ao ano passado, enquanto 70% apontaram piora no setor. Apesar disso, 71,8% acreditam que as condições das próprias empresas devem melhorar nos próximos meses.
Mesmo diante da queda do índice, parte dos empresários sinaliza resiliência. Quanto às contratações, 55,2% planejam ampliar levemente o quadro de funcionários e 34,3% relataram aumento nos investimentos em comparação ao mesmo período de 2024.
Para Wenceslau Júnior, o contraste entre a visão negativa sobre a economia nacional e a confiança moderada nas próprias empresas revela que o comércio vive um momento de atenção, mas não de retração, com possibilidade de retorno ao patamar de otimismo acima dos 100 pontos.