Em Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, crianças com microcefalia, malformação que faz com que o cérebro seja menor que o normal, vão ser acompanhadas durante dois anos por pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em parceria com o Ministério da Saúde e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
O município é o único de Mato Grosso que vai participar do levantamento. A intenção do governo federal é ter mais informações sobre os efeitos do vírus da zika em regiões não endêmicas, ou seja, com poucos registros. Ao afetar gestantes, a doença pode fazer com que as crianças desenvolvam a malformação.
A pesquisa começou a ser desenvolvida na semana passada com o exame físico de bebês que nasceram com microcefalia. Em Tangará da Serra foram registrados menos de dez casos de crianças com a doença. As mães que tiveram bebês saudáveis mas que manifestaram zika durante a gravidez também vão ser acompanhadas.
“Nós vamos acompanhar esses bebês durante dois anos consecutivos”, disse a professora Ana Cláudia Tersas, coordenadora do projeto na Unemat, em entrevista ao jornal Bom Dia Mato Grosso.
"Devem participar da pesquisa todos os bebês que nasceram com microcefalia e bebês cujas mães que tiveram vírus da zika durante a gestação, que foram 35 em Tangará da Serra, e uma porcentagem de bebês que nasceram sem alteração", acrescentou a pesquisadora.
Em março, devem ser convocadas mais crianças para serem examinadas. A doença é transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue, febre amarela e febre chikungunya. As secretarias municipal e estadual de Saúde também participam da pesquisa.
“Trata-se de uma doença muito nova e é preciso conhecer o impacto dela nas nossas crianças para poder dar um atendimento de qualidade”, disse Ana Cláudia Tersas. Para a pesquisadora, os cuidados com o mosquito transmissor devem continuar. "O monitoramento continua em todas as regiões do país, com todos os cuidados para que não se adquira o vírus da zika na gravidez”, disse.
Fonte: G1