Cidades

Pesquisador diz que queimadas contribuem para debilidade da saúde e quadros crônicos

A desnutrição de recém-nascidos e as doenças respiratórias em idosos têm quadro de complicações nos casos de doentes que moram em regiões com alto índice de queimada em Mato Grosso. Os elementos químicos liberados pela fumaça no ambiente são fatores agravadores do estado de saúde debilitado.

O resultado é de pesquisas realizadas pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), que alerta para a tendência de desenvolvimento de quadros crônicos de doenças como pneumonia, bronquite e o câncer de pulmão.

As pesquisas realizadas pelo professor Ageo Mario C. Silva com menores de cinco de idades e maiores de 65, mostram que, no caso dos recém-nascidos, houve média mais alta de nascidos abaixo do peso em cidades como Alta Floresta e Tangará da Serra, destaques pela queimada de floresta e canavial.

“Numa situação comum, a média de bebês que nascem abaixo do peso é entre 10 e 12%, mas entre os bebês cujas mães vivem em locais de queima de mata, esta média é até 50% maior, considerando somente o período da gestação”, diz o pesquisador.

Ele aponta que o quadro pode de mais um agravante caso o bebê continua a viver no local com maior poluição do ar. “Nós sabemos que os bebês que nascem abaixo do peso tem maior propensão para dificuldade do desenvolvimento, de adquirir doenças respiratórios. Se continuar o contato dessa criança com a fumaça de queimadas, o quadro negativo agrava”.

O resultado sobre as doenças respiratórias em idosos vem do cruzamento de dados sobre internações em Cuiabá nos períodos em que a quantidade de focos de queimada sobe. Nos dias em que a cidade fica encoberta pela fumaça, as internações aumentaram em até 25%.

“A fumaça não gerou a doenças respiratórias, mas agravou a situação, porque a inalação da fumaça pode inflamar uma parte da entrada para pulmão e essa doença solidifica o pulmão, gerando a dificuldade para respirar. A situação da doença para um quadro mais delicado”, diz o professor Ageo Mário.

Sua pesquisa foi desenvolvida com apoio da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, para os cursos de mestrado e doutorado. Os dados foram colhidos nos anos em que Mato Grosso liderou as queimadas no País, entre 2006 e 2010, com aumento constante do índice de focos de queimadas.

Redação

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