Avião chegou a atingir mais de cinco metros de profundidade no desastre em Guarda-Mor (MG) (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)
Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) encontraram a memória do gravador de voz da aeronave que caiu na última terça-feira (10) em Guarda-Mor, no Noroeste de Minas. A peça já foi enviada à sede do Centro, em Brasília, onde será analisada.
No acidente morreram Lúcio Flávio Conduru de Oliveira, de 54 anos, presidente da Bradesco Previdência; e Marco Antônio Rossi, de 54, presidente da Bradesco Seguros e vice-presidente geral do banco; o piloto Ivan Morenilla Vallim, de 63; e o copiloto, Francisco Henrique Tofoli Pinto, 32 anos.
Os peritos do Cenipa não informaram detalhes sobre a localização da memória. A peça está sendo preparada para o processo de extração de dados. Em caso de sucesso, será iniciada a leitura e análise das informações. Ainda segundo o Cenipa, não há prazo para conclusão do procedimento. A equipe de peritos continua no local do acidente para estudos.
Perícia
O trabalho da perícia da Polícia Civil de Paracatu que iria terminar na manhã desta quinta-feira (12) em Guarda-Mor, no Noroeste de Minas, continuou até o fim do dia. "Encontramos um livro, um documento e um cartão magnético praticamente intactos, mas queremos localizar outros fragmentos de corpos e o que pudermos conseguir a mais", disse o delegado Regional Edson Morais. Cerca de 20 policiais permaneceram no local.
Segundo o delegado, esse trabalho de buscas é importante até para confortar os familiares das vítimas. “Dos corpos só encontramos fragmentos de no máximo 10 centímetros. Se juntar todos os fragmentos que recolhemos não dá 10% de um corpo. Estes fragmentos são ossos e pele e não se sabe se é apenas de uma das vítimas ou de mais de uma. Só os exames de antropologia e DNA vão conseguir identificar”, comentou.
Alguns fragmentos dos corpos das vítimas já estão no Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o carro funerário com os restos mortais chegou ao IML às 3h40 desta quinta-feira.
Hotel
O principal hotel de Guarda-Mor que estava com a capacidade lotada pelo Bradesco após o acidente aéreo já voltou ao normal. O gerente do Graúna Palace Hotel, Deiver Mendes, contou ao G1 que os hóspedes liberaram os 18 apartamentos locados nesta quinta-feira. "Eles se hospedaram apenas um dia. O Bradesco realizou as reservas no nome da empresa, então eu não sei de os hóspedes eram familiares das vítimas ou funcionários do banco", contou.
Acidente
A assessoria da Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o avião, Citation VII, de matrícula PT-WQH, decolou do aeroporto de Brasília às 18h39 com destino a São Paulo, mas desapareceu dos radares do controle de tráfego às 19h04.
Em nota, o Bradesco lamentou a morte dos executivos. A organização expressou condolências e afirmou que eram reconhecidos pelo talento e entusiasmo no trabalho. A presidente Dilma Roussef também enviou nota de pesar.
Aeronave regular e perícia
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o piloto e o copiloto da aeronave que caiu em Guarda-Mor, enquanto transportava dois dirigentes do Bradesco, estavam com licença e habilitação regulares para o modelo do avião – Citation VII.
A Polícia Civil informou que agora os próximos passos são a conclusão dos trabalhos da perícia técnica. "A polícia agora só precisa concluir mesmo os trabalhos periciais. Não tem data para a divulgação dos laudos. Como já está praticamente descartada a possibilidade de acidente criminoso os trabalhos agora ficam a cargo da Cenipa", concluiu o delegado Edson Morais.
Fonte: G1