“O que restou do barro silenciou a mulher na quarentena” é uma performance artística que será apresentada pela atriz cuiabana Ariana Carla, que ficará coberta de barro até ser despida por gotas de água que vão caindo sobre a sua cabeça, enquanto são feitas narrativas carregadas de sentimento, histórias, mensagens e informações importantes à condição da mulher, frente aos abusos, seja no âmbito público e regulamentado, ou mesmo nos ambientes mais privados, como os das relações familiares e íntimas. A apresentação é gratuita e será feita de forma virtual, do dia 19 ao 23 de março.
A performance terá duração de até quatro horas, das 15h ás 19h, e será transmitida pelo Youtube, no canal “Mulheres em Quarentena”, e também pela redes sociais Instagram, pelo @o_que_restou_do_barro, e Facebook, na página “O que restou do barro”.
O projeto é financiado pela Lei Aldir Blanc, contemplado por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), e traz à tona resposta ao silêncio imposto às mulheres.
“O que é preciso não engolir mais, como forma de reação a esse silêncio imposto? A performance pretende colocar em evidência a reação necessária a esse silenciamento perpetrado em muitos momentos históricos no Brasil. Incluindo o momento presente de isolamento social, em que houve um aumento considerável nos casos de violência doméstica e abuso sexual nos últimos meses, desde o início da pandemia, revelando que para muitas mulheres o perigo está dentro de suas próprias casas. A performance será um programa de ação, cuja estética vai discutir e expor a luta e a condição das mulheres hoje”, contextualiza a atriz.
Ariana Carla, em pé, com a cabeça coberta por argila, receberá sobre ela pingos de água constantes, de maneira a fazer com que a argila vá́ se desmanchando ao longo desse tempo.
A argila se desmancha entre relatos e assuntos que já́ foram calados em sua vida pessoal, de pessoas próximas, conhecidas e desconhecidas. Traz a violência doméstica, abuso sexual e psicológico, além de feminicídios ocorridos no Estado de Mato Grosso.
O PROJETO
A atriz performer, Ariana Carla, participou da Virada Cultural 2020, em São Paulo, representando a terrinha de “tchapa e cruz”, com a performance “Mulheres em Quarentena: o que restou do barro silenciou a mulher”, a convite da artista Eliana Monteiro, diretora muito influente em São Paulo, e que foi professora de Ariana na “MT Escola de Teatro”, onde se conheceram.
Ariana, que está na cidade da garoa por conta do tratamento de câncer do filho, não hesitou em participar do projeto no ano passado, ainda mais nesse momento onde os espaços cívicos diminuíram, por conta da pandemia, e a arte pode oferecer um local para que os artistas ampliem seus movimentos e apoiem seus trabalhos.
Agora, além de Eliana, diretora, idealizadora e executora do projeto Mulheres em Quarentena, a performance conta com a dramaturgia de Ariana em conjunto com a assistência de produção, atriz e estudante de teatro, Juliana Rosa, com Italo Valle, como assistente financeiro, e com a produção do turismólogo Juciney Fernandes.
TRAJETÓRIA
Ariana Carla é atriz, diretora, professora e pesquisadora voltada para iniciação teatral infantil. É graduada em Artes Cênicas pela UNEMAT, pedagoga e faz parte da esquipe da escola de teatro “Espaço InCasa”, atuando como professora de teatro, diretora, dramaturga e atriz.
No InCasa realizou os espetáculos “Mistérios de Tchapa e Cruz” (2016), “Geni” (2017), “Tragédia no CPA III”, “Almerinda e o Trono de Ferro” (2018) e “Escolinha da Almê” (2019), no teatro e na televisão.
Ela também trabalha como pedagoga e artista colaboradora no município de Várzea Grande, como técnica pedagógica do programa Escola em Templo Ampliado (ETA), onde os alunos do ensino fundamental, da rede pública, tem oficinas de teatro, dança, música e artesanato.
SERVIÇO
Acompanhe a performance entre os dias 19 e 23 de março, das 15h ás 19h, pelo link https://www.youtube.com/mulheresemquarentena e pelas redes sociais Instagram, @o_que_restou_do_barro, ou pelo Facebook na página “O que restou do barro”.