Os credores internacionais exigiram a aplicação da taxa para conceder o empréstimo, de € 10 bilhões (R$ 26 bilhões), aprovado no sábado (16). O anúncio, que foi inédito entre os países que pediram ajuda a União Europeia, preocupou os mercados e provocou fortes quedas nas bolsas europeias.
Antes da votação no Parlamento, o governo cipriota buscava conseguir maioria para aprovar um acordo que permita afetar menos os depósitos dos pequenos poupadores, direcionando a maior parte para quem tem mais de € 100 mil (R$ 260 mil) em conta.
Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias Efe, a taxa seria reduzida de 6,75% para 3% para quem tem menos de € 100 mil nos bancos. No caso dos que ultrapassam esse limite, o imposto passaria de 9,9% para 12,5%.
A medida, no entanto, encontra um caminho complicado para ser aprovada. O governo local possui apenas maioria simples no Parlamento, com 29 de 56 cadeiras. Ainda não há nenhuma sinalização de que algum governista possa trair a orientação geral da coalizão.
Porém, se isso acontece, seria criado um impasse que colocaria em risco a concessão do resgate financeiro. O país é um dos mais afetados pela crise na zona do euro, em especial por depender diretamente da Grécia, a nação mais endividada da moeda única.
INSATISFAÇÃO
O novo imposto causou insatisfação entre os cipriotas, que correram aos caixas eletrônicos para retirar as economias, mas assustou depositantes de economias mais fracas da zona do euro e investidores que temem um precedente que pode levar o mercado a uma nova agitação.
Além disso, provocou a irritação de outros investidores internacionais. Nesta segunda, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou ser extremamente crítico da taxa, que chamou de "injusta, pouco profissional e perigosa". Os russos têm cerca de US$ 19 bilhões (R$ 36 milhões) em contas no país do Mediterrâneo.
Devido à preocupação, a maioria das bolsas europeias abriu em queda. Por volta de 8h50 em Brasília, o índice da bolsa de Madri registrava baixa de 2,05% e o de Milão, 2,14%. Em outros mercados da região, há quedas em Frankfurt (1,06%) e em Londres (0,70%).
Fonte: FOLHA.COM | AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS