Parceria entre Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Agência Pública de Inovação (Finep) vai disponibilizar linha de crédito de mais de R$ 30 bilhões para os microempreendedores individuais (MEI). A expectativa é que as operações para acessar o montante seja disponibilizado ainda neste mês ou, no máximo, no início de 2024 para comemorar os 15 anos do MEI no Brasil.
Por conta das taxas de juros ainda em patamares elevados (mesmo com cortes recentes), o que restringe o acesso às linhas de financiamentos, a medida vem no momento certo para os empreendedores de pequeno porte, como o casal Grazielly Monteiro da Silva Lima e Gonçalo Victor Rocha Campos. Ambos são proprietários da G’G Temperos Artesanais, formalizada em fevereiro. Eles destacam que o anúncio facilita a tomada de recursos para expandir o próprio negócio.
“Como a empresa ainda é jovem, enfrentamos muitas dificuldades para obter recursos e essa medida é fundamental para aumentar a infraestrutura e estoque, bem como aquisição de máquinário e o atendimento da demanda e de distribuição”, comenta Grazielly.
Mesmo com o montante disponibilizado pelo Fundo de Aval, o analista de competitividade do Sebrae-MT, Fábio Apolinário, destaca que a oferta de crédito depende, efetivamente, do interesse das instituições financeiras para diferentes regiões do país. Ele entende que a força da economia de Mato Grosso puxada pelo agronegócio e os bons indicadores do estado relacionado ao mercado de trabalho – com situação de pleno emprego -são fundamentais para atrair capital.
“Em contrapartida, o nível de endividamento segue em uma escala muito elevada e isso também é considerado pelos bancos”.
Empreendedorismo em alta
Conforme dados da Receita Federal, Mato Grosso conta com 214.370 microempreendedores individuais (MEI) – 15% a mais em relação a 2022. As principais atividades desse perfil de empreendimento são comércio varejista de vestuário, cabeleireiro e restaurantes. Conforme Fábio Apolinário, o modelo explodiu nos últimos anos em função da pandemia.
“O que antes era uma alternativa ao desemprego passou a ser uma necessidade do trabalhador para complementar renda. Em alguns casos, é a possibilidade de mudar de carreira e ser dono do próprio negócio”.