Economia

País compra mais do que vende e tem pior saldo em 16 anos

A balança comercial – diferença entre exportações e importações – teve saldo negativo de R$ 10 bilhões (US$ 3,93 bilhões) em 2014, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (5), pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). Com o resultado, a balança encerrou 2014 com o primeiro déficit anual desde 2000.

Em valores, o saldo negativo é o maior desde 1998, quando foi registrado saldo negativo de R$ 17,8 bilhões (US$ 6,623 bilhões). Em 1999, o resultado também foi deficitário em R$ 3,4 bilhões (US$ 1,288 bilhão). O último saldo negativo comercial, de R$ 1,9 bilhão (US$ 731,74 milhões) foi registrado no ano 2000. A partir de então foram 13 anos ininterruptos de resultados positivos.

Apesar do saldo positivo em dezembro, de R$ 788 milhões (US$ 293 milhões), o desempenho de novembro, que registrou o pior déficit da história para o mês, enterrou as chances de a balança fechar o ano com as exportações superando as importações. De janeiro a novembro do ano passado, a balança comercial acumulou saldo negativo de R$ 11 bilhões (US$ 4,22 bilhões), o maior para o período desde 1998.

Em 2013 a balança registrou superávit de R$ 6,8 bilhões (US$ 2,6 bilhões), valor que já representava queda de 86,8% em relação a 2012, quando o salto da balança foi positivo em R$ 52 bilhões (US$ 19,4 bilhões).

Em 2014, as exportações totalizaram R$ 605 bilhões (US$ 225,101 bilhões) com retração de 7% na comparação com o ano anterior, enquanto as importações somaram R$ 616 bilhões (US$ 229,031 bilhões), com queda anual de 4,4%.

As exportações  brasileiras de 2014 registraram retrações em todos os setores, comparado a 2013. As vendas de produtos manufaturados renderam receita – 13,7%, os semifaturados venderam – 4,8% e quase metade das exportações nacionais, constituída por produtos básicos, foram 3,1% menores.

No grupo de manufaturados, que são os produtos de maior valor agregado, a retração ocorreu principalmente no item plataforma para extração de petróleo (-74,4%), seguido de automóveis para passageiros (-41,8%) e veículos de carga (-32,4%).

Por mercados de destino, o Mercosul registra a maior queda, de 15,2%, em relação a 2013, com destaque para a queda de 27,2% nas compras argentinas de automóveis, autopeças e veículos de carga fabricados no Brasil.

Em relação às importações, no acumulado do ano passado houve retração significativa, de 7,6%, nas compras de bens de capital (máquinas, equipamentos e utensílios de escritório, dentre outros). Houve quedas também nas compras externas de bens de consumo (- 5,2%), de matérias-primas e bens intermediários (- 3,3%) e de combustíveis e lubrificantes (- 2,4%).

Os principais países de origem das importações foram China (US$ 37,3 bilhões), Estados Unidos (US$ 35,3 bilhões) e Argentina (US$ 14,1 bilhões).

Fonte: R7

Redação

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