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Ouro atinge nova máxima histórica em meio a tensões geopolíticas e guerra comercial

Os contratos futuros de ouro renovaram suas máximas históricas nesta segunda-feira (31) e fecharam em alta, acima dos US$ 3.150 por onça-troy. Na medida em que os investidores absorvem a escalada de tensões geopolíticas ao redor do mundo e se posicionam para as tarifas recíprocas dos EUA – que entram em vigor na quarta-feira, dia 2 -, o metal precioso se fortalece como porto seguro e proteção contra a inflação.

O contrato de ouro para junho encerrou a sessão com alta de 1,2%, a US$ 3.150,3 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), renovando recorde de fechamento. Na máxima intraday, o metal atingiu US$ 3.162,0 a onça-troy.

O movimento de alta reflete os crescentes temores de que as tensões comerciais desencadeadas pelas tarifas do presidente Donald Trump possam aumentar a inflação e desacelerar o crescimento econômico nos Estados Unidos.

Trump anunciou tarifas de 25% sobre todos os carros e caminhões importados pelos EUA na semana passada e agora deve implementar tarifas recíprocas sobre os grandes parceiros comerciais do país, embora o escopo e a abrangência dessas medidas ainda não estejam claros.

“A única quase certeza é que a taxa efetiva de tarifas dos EUA está caminhando para seu nível mais alto desde a década de 1940”, disse Neil Shearing, economista-chefe do grupo Capital Economics. “Isso significa inflação crescente nos EUA e riscos econômicos crescentes para seus principais parceiros comerciais – embora alguns estejam muito mais expostos que outros.”

“O ouro é uma das commodities de melhor desempenho neste ano, impulsionado por atritos comerciais, incerteza econômica, compras de bancos centrais e entradas em ETFs”, dizem os estrategistas de commodities do ING, Ewa Manthey e Warren Patterson. Na avaliação deles, “a incerteza em relação ao comércio e às tarifas continuará sustentando os preços do ouro”.

Grandes bancos elevaram suas projeções para o preço do metal precioso em 2025. O Goldman Sachs, por exemplo, agora estima um valor de US$ 3.300 por onça-troy até o fim do ano – acima da previsão anterior, de US$ 3.100.

*Com informações da Dow Jones Newswires.

Estadão Conteudo

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