Cultura

Os jardins suspensos revelam as policromias na tessitura de Telio Fernandes

Casa do Parque  traz nesta quinta-feira, 09 de agosto, às 19h, a vernissage da exposição JARDINS SUSPENSOS DE TÉLIO FERNANDES. São 17 telas inéditas do artista plástico e 4 aquarelas do jovem artista Henrique Magalhães. Entrada franca. 

Sobre o artista*

Na fatura das imagens de Telio Fernandes as cores, os traços, os signos apontam para alguns aspectos importantes na criação artística de nossos dias.

Muito comum lembrar os JARDINS SUSPENSOS DA BABILONIA ou perceber o exótico nas confecções de Frida Kahlo na Casa Azul quando a exposição de Telio Fernandes traz a nomeação de Jardins Suspensos.

Porém toda arte é o sublinhar de marcas que apresentam o autor e representam a ambiência seja espacial ou seja emocional. Ao apresentar o autor a característica mais relevante é a técnica com que aborda o objeto a ser capturado. O olhar do autor é recheado por irradiações, centelhas e fabricações que mostram a técnica estruturada. Nascem assim sínteses que acompanham o autor e sublinham a linguagem por ele trabalhada.

Em outras palavras inexistem fazeres isolados e é o que desde pronto surge. Caracteres os mais diversos vão se juntando, interpenetrando-se, mixando-se, de forma que hoje o que seria pintura está ampliada por outros elementos. 

As linguagens usadas por Telio Fernandes em seu trabalho apreendem vias que se desindividualizam e se edificam num todo comum, que alguns críticos mais à frente estão denominando tais formas não de pintura, mas de criação plástica.

Tal tendência vai desembocar na questão da representação pois é aí que se manifesta o traço que desenha, que aponta, é nesse viés que prontificam as diversas abrangências de adornos que adejam as flores, é nessa latitude que existem inaugurais adaptações das matérias. As apreensões do natural, o fisgar do movimento, a captura estilística de formas são signos que desembocam em outras representações como dança, discurso plástico. Ao mesmo tempo vislumbro na ambiência espacial introdução de objetos os mais diferentes como som, luz advindos de sistemas eletromecânicos invisíveis, mas que exercem influência no arte/autor.

É dessa forma que a arquitetura semiótica de Telio Fernandes com suas minudências, com sua versatilidade, como seu texto quase alado em determinadas visualidades dá a mostra um traço de sensibilidade mágica, um lirismo quase esgotado nos tempos que correm e apresenta e representa a evolução e as transformações subjacentes ao texto coloridamente encantado.

E como disse LEWIS MUMFORD “ … a arte é essencialmente uma expressão de amor, sob todas as suas formas, desde a erótica até a social”

Este amor é o que está visto e revisto, o afeto que se representa como visita e é revisitado pelo olhar performático da dimensão merecida de obra de arte dos Jardins Suspensos de Telio Fernandes, 

A beleza deve adornar nosso mundo e é exatamente o belo nas obras de Telio que deve ser celebrado! Tarde ensolarada de agosto de 2018.

* Marília Beatriz 

Professora adjunta da UFMT, mestre em Comunicação e Semiótica (PUC/SP) e ocupante da cadeira n° 2 da Academia Mato-Grossense de Letras. 

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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