Fotos: Andréa Lobo
Você já organizou uma festa de aniversário? Um casamento? Ajudou a organizar aquela festinha do condomínio? Então você já deve ter se sentido um “organizador” de eventos. Mas saiba que para receber esse título é preciso muito mais.
No dia 30 de abril comemorou-se o Dia do Organizador de Eventos, profissional responsável por planejar e executar todas as partes organizacionais e administrativas de um respectivo evento. Em Mato Grosso, 35 profissionais (profissionais ou/e prestadores de serviços) são filiados ao Sindicato das Empresas de Eventos e Afins de Mato Grosso (Sindieventos-MT) e buscam conquistar ainda mais o mercado de trabalho e o público.
O setor de Turismo, Eventos e Hospedagem já é a segunda economia mais importante para o Brasil, perdendo apenas para o agronegócio. O setor responde por um faturamento de R$ 700 bilhões ao ano e corresponde a 13,6% do PIB, gerando 15 milhões de empregos no país.
A empresária e diretora do Sindieventos, Alcimar Moretti, explica que o setor serve como base para o turismo. “Com o tempo nós conseguimos inserir na Lei Geral do Turismo a figura do organizador de eventos e ali fala que só podem organizar eventos um organizador”, comemora Moretti.
Segundo ela, Cuiabá tem “vocação” para turismo de eventos e negócios, diferente de cidades litorâneas onde a maioria é turismo de lazer familiar. Enquanto uma família vai para praia e gasta 100 dólares por pessoa por dia, um turista de turismo de eventos de negócios gasta 350 dólares, então ele é impactante.
“Hoje os profissionais em Cuiabá não perdem para nenhum outro profissional do Brasil. Ao contrário, nós temos empresas aqui que já são referência e fazem eventos até em outros países. Não só organizadores, mas também empresas que atendem a área de eventos porque são várias as empresas que atendem o segmento. Nós temos organizadores capacitados e às vezes damos de 10 a 0”, avaliou Moretti.
O mercado de trabalho é bastante amplo, o profissional pode trabalhar em empresas organizadoras de eventos, shoppings, ambientes corporativos, setores públicos e ONGs, entidades como hotéis, clubes, centros culturais. As condições de trabalho variam, dependendo do local e do tipo do evento.
Formada em Letras, a empresária tem três cursos de gestão. Gestão de Negócios na Universidade de São Paulo (USP), Marketing na Escola Superior de Marketing (SPM) e Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas, e já atua há 16 anos com eventos. “Ser organizador é só para quem é formado em gestão? Não. Boa formação, como base, e experiência, são fatores que possibilitam a você construir sua história e crescer na profissão”.
Um organizador de eventos irá conceber o evento junto com o cliente, então juntos eles vão formatar o evento elaborando a planilha de custos, levantamento das necessidades, captação de recursos, legalidade, fazer entrega e contratar outros fornecedores. Os salários variam de R$ 1.500 a R$ 5 mil, dependendo de cada caso.
Para quem não gosta de rotina a melhor coisa é trabalhar com eventos, de acordo com Moretti. “Acabou um avento aqui, vem outro, para outro segmento, outro cliente. Então quem não gosta de rotina está na profissão certa. Nós temos que ter capacidade de aguentar pressão, porque se você não aguenta você chora e nunca mais vai querer ser organizador”.
Além disso, a pessoa precisa ser flexível, gostar de trabalhar com pessoas, ser organizada e não pode ser “devagar”. E por que você deve contratar um profissional de organização de eventos? Para ficar dentro da legalidade, dentro do orçamento e para fazer um bom planejamento.
“O papel do organizador é levantar todas as necessidades, fazer o planejamento ideal para que o evento seja um sucesso e não tenha desperdício. Quando a gente faz gestão junto com o cliente, o sucesso do evento é 100%”, completa Moretti.
