A iniciativa da Oi acontece enquanto a espanhola Telefónica e a Telecom Italia travam uma batalha para adquirir a operadora brasileira de banda larga GVT, propriedade da francesa Vivendi.Paralelamente, a Claro passa por processo de unificação de suas operações com Embratel e Net, todas companhias do grupo mexicano América Móvil.A Oi, por estar no meio de um conturbado processo de fusão com a Portugal Telecom, não era vista como provável protagonista na recente rodada de consolidação na indústria de telecomunicações no Brasil.
Entre os grandes grupos de telefonia do país listados em bolsa, a Oi é a que tem saúde financeira mais frágil. A companhia encerrou o segundo trimestre com uma dívida líquida de R$ 46 bilhões, enquanto a da Telefônica Brasil, dona da marca Vivo e controlada pelos espanhóis, era de R$ 2,52 bilhões. A TIM Participações tinha endividamento de R$ 1 bilhão no fim de junho.No começo de agosto, a Telefónica anunciou proposta de R$ 20,1 bilhões, ou 6,7 bilhões de euros, para comprar a GVT em dinheiro e novas ações da Telefônica Brasil.Na segunda-feira, quatro fontes disseram à Reuters que a Telecom Italia fará uma oferta de cerca de 7 bilhões de euros pela GVT, que deixará a Vivendi com uma fatia de 15 a 20% no grupo italiano.
Todas as movimentações de consolidação ocorrem ao mesmo tempo em que as operadoras de telefonia se preparam para o leilão da frequência de 700 MHz do 4G, marcado para 30 de setembro.O preço mínimo total das seis licenças no leilão é de R$ 7,7 bilhões. Além disso, as empresas terão que gastar R$ 3,6 bilhões na limpeza da faixa, atualmente usada pela radiodifusão analógica.Na semana passada, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, reconheceu em entrevista à Reuters que o processo de consolidação no setor tem influência sobre o leilão de 4G, mas disse que o governo não mudará os prazos. "Isso não é problema nosso", afirmou.
G1