Espécie papo-amarelo a mesma do Jacaré Fritz, que vive há mais de 15 anos no parque
Rodrigo Santanna, Joinville
Ela vive sozinha há mais de 15 anos no Zoobotânico de Joinville. É uma fêmea da espécie papo-amarelo, natural da região Sul do Brasil, a mesma espécie do jacaré mais famoso da cidade: o Fritz.
Sem registros precisos de sua origem, a hipótese mais provável é que ela tenha sido encaminhada pelo IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina) ou pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). Desde a morte do macho há dois anos, ela é a única representante da espécie no parque.
A fama do jacaré Fritz ainda é bastante presente entre os moradores de Joinville. O jacaré, que teria sido visto diversas vezes no rio Cachoeira, virou personagem de boatos e curiosidades. Em 2015, um registros publicados nas redes especulavam ser Fritz um jacaré morto boiando na região do bairro Santo Antônio.
Mas sem marcações ou identificação, nunca foi possível confirmar sua identidade. Mesmo após esse episódio, a equipe da Secretaria de Meio Ambiente recebeu relatos de outros jacarés avistados na região do bairro Costa e Silva. Como nunca houve captura para estudo, não se sabe se eram Fritz ou outro animal da mesma espécie.
Em entrevista ao ND Mais, Camila Uller de Britto Curvello, veterinária da Secretaria de Meio Ambiente de Joinville, explica que ainda é possível avistar jacarés em áreas naturais da cidade.
“Houve uma tentativa de levantamento da população da espécie pela equipe de biologia, porém não foi possível chegar a um número exato, o que temos são registros de avistamentos em pontos no rio Cachoeira”, detalha.
Hábitos e curiosidades da espécie associada ao jacaré Fritz
Os jacarés papo-amarelo são ectotérmicos, ou seja, dependem do calor do sol para regular a temperatura corporal. Após as refeições, costumam tomar longos banhos de sol para ajudar na digestão. São carnívoros e se alimentam de peixes, aves, crustáceos e até pequenos mamíferos.
Camila conta que jacarés dessa espécie podem viver até 70 anos e atingir cerca de 2,5 metros de comprimento. O parâmetro para chegar a média da espécie foi o jacaré macho após a morte. “A gente tirou todas as medidas dele, ele tinha cerca de dois metros e dez, a fêmea é um pouco maior, mas dentro da média”.
Segundo a veterinária, a depender do habitat, alguns animais dessa espécie podem chegar até 3,5 metros. O que influencia é a oferta de espaço disponível para o desenvolvimento.
A reprodução ocorre por meio de ovos, e o sexo dos filhotes é definido pela temperatura de incubação: ovos mais quentes geram machos, e os mais frios, fêmeas.
Interação com humanos: o imaginário em torno do jacaré Fritz
Fêmea que hoje habita sozinha o Zoobotânico – Foto: Divulgação/Prefeitura de Joinville/ND
A suposta presença do animal em áreas próximas a residências e comércios gera tanto fascínio quanto receio. Apesar de não serem naturalmente agressivos, os jacarés podem atacar se se sentirem ameaçados.
Por isso, a orientação da equipe ambiental é clara: manter distância, não provocar e jamais jogar objetos nos animais.
A Prefeitura de Joinville, em parceria com o IMA, disponibilizou uma cartilha digital com orientações sobre como agir ao encontrar animais silvestres na cidade.
A presença de jacarés, capivaras, lontras e tartarugas no rio Cachoeira é vista como sinal positivo. “Hoje, como técnica, eu vejo vida no rio. Isso é algo que não víamos no passado”, afirma Camila.
Os jacarés, conforme a explicação da veterinária, são agentes importantes na manutenção e equilíbrio entre predadores e presas, controlando populações e contribuindo para a saúde do ecossistema.
Foto Capa: Divulgação/Prefeitura de Joinville/ND
Fonte: https://ndmais.com.br