José Ingenieros nasceu em Palermo, Itália, em 24 de abril de 1877 e faleceu em Buenos Aires, Argentina, em 31 de outubro de 1925, tendo sido médico, teórico da ciência, sociólogo e psiquiatra, bem como fundador da Revista de Filosofia que era o guia do pensamento argentino no início do século XX.
O homem medíocre é um livro retirado de suas lições sobre a psicologia do caráter, ministradas na cátedra da faculdade de filosofia no curso de 1910, sendo impressa a primeira vez em 1913 em Madri com a tiragem de dez mil exemplares.
O título da obra contrasta com o homem genial que foi José Ingenieros e nela se pode verificar o seu conhecimento enciclopédico, sua afinidade com a vicissitudes da alma humana e seu incansável trabalho intenso professoral. O positivismo de suas formulações não é árido, como seria um positivismo fundado em realismo radical. Ele se mostra essencialmente idealista, mas somente quando o idealismo é experimentado e vivido.
A sus luta obstinada contra a mediocridade tem como fundamento ter passado toda a sua vida procurando iluminar mentes servis, afastando-as da vulgaridade, sendo o seu texto destinado integralmente aos jovens universitários, nos quais sempre depositou um esperança infinita de genialidade. Naquela época já alertava a todos dos perigos do rebaixamento moral, contido na classificação dos tempos modernos.
O destino do gênio é ser gênio, essa a resposta de Ingenieros. A hipocrisia, o servilismo e a rotina não podem impedir o salto rumo a genialidade. Não se pode ter medo de viver, pois é justamente esse medo que faz do medíocre uma figura patética aos olhos do sábio. E faz com que o sábio tenha compaixão e nunca raiva, intolerância ou aversão do medíocre.
A leitura de homem medíocre deve ser feita como um bodhisativa, onde Mahayana é um ser que atingiu a iluminação, mas continua espontaneamente na roda do tempo até que o último dos seres atinja o nirvana, ou em outras palavras consiga se despir do caráter dos medíocres.
O homem medíocre
José Ingenieros
Tradução de Lycurgo de Castro Santos
Segunda edição. São Paulo: Ícone, 2012