E o respeitável público se esbanjou com a vibração de cores e a instalação montada na nova exposição da Casa do Parque, na noIte desta quinta-feira (18), que traz “O Circo” como tema da artista plástica Capucine Picicaroli. São 15 obras em acrílico sobre tela que mostram o encantamento da arte circense, em meio a painéis, que permitem ao visitante fazer parte do picadeiro de maneira lúdica e convidativa. O melhor, a entrada é gratuita e segue até 21 de fevereiro de 2015, das 11h às 23h.
“A arte mato-grossense é de uma instigância (Sic) muito grande, tem uma investigação de suporte, que não é só fazer pintura e desenho. É procurar outros caminhos e intercessões para fazer a arte ficar. E aqui ela fez isso, com aquela instalação lá no centro da exposição representando o circo”, observa a crítica de arte mato-grossense, Aline Figueiredo de Esspíndola.
Polêmica, Aline Figueiredo é uma das mais respeitadas do país, que vem acompanhando a revolução das artes há mais de 30 anos no Estado, bem como contribuído na projeção de diversos artistas da “terrinha”.
A crítica de arte contextualiza o trabalho de Picicaroli quanto a redução de forma apresentada em sua liberdade de criação. Como a artista plástica trabalha de maneira interessante o discurso da obra, fazendo lembrar que a pintura vai muito além do assunto.
O que se vê é uma instalação que relembra os antigos cartazes do circo, da figura que sempre tinha o espaço para as pessoas colocarem o rosto e fotografar. Momento que se perdeu até a década de 50, quando o circo chegava com a banda, os palhaços e animais, como o elefante, desfilando nas ruas da cidade, antes de se instalar para os shows.
E ao entrar na exposição tudo acontece com interação lúdica, como se o visitante estivesse no centro do picadeiro, personagens tradicionais, pitorescos com suas anomalias, como a mulher de quatro pernas, a barbada, a mais gorda da cidade, o homem pinguim, o mais forte do mundo, tornam-se ora espectadores, ora o foco dos olhares, onde parecem ganhar movimento, com seus shows das estranhezas, ou “freaks shows”.
“Ela vem apresentar o circo de forma extraordinária, que hoje se apropriou da arte de rua, mesmo nos palcos e agora numa excelente forma de apresenta-lo, em pintura. O legal é que há a presença das crianças numa exposição de arte, culturalmente difícil de ver aqui e no Brasil. Também numa oportunidade de conhecerem o circo, que talvez nem irão até um para assistir”, ressalta o curador da exposição Willian Gama.
E nesse caso houve uma excelente representação do circo, que contou com uma pesquisa da própria Capucine de aproximadamente sete meses estudando sobre a arte circense, além de suas experiências desde a infância. Com curadoria de Willian Gama, contou com o toque da arquiteta da Patrícia Marques, produção executiva de Luiz Carlos Fonseca e o “Circo Leite de Pedras”, de Júlio Carcará, na abertura.
Trajetória
Se apropriando do domínio dos pincéis como profissão há três anos, Capucine trabalha sempre nesta dinâmica de estudar os temas que irá apresentar, bem como aconteceu em exposições anteriores que apresentou o “México” e as “Fábulas”. E o próximo tema serão os “Orixás”, que para isso já está se preparando para passar uma temporada num dos mais famosos terreiros da Bahia, para entender um pouco mais desta questão das religiões afro-brasileiras.
“Para mim a arte é muito sensível. Eu sinto vontade de contar uma história e aí eu vou lá e conto. Então ela acontece sem mérito algum, são fases. E quanto ao circo, a gente sabe da dificuldade de como é levar este trabalho ao público. Com o mundo virtual e a internet os interesses mudaram muito”, diz Picicaroli.
Serviço
A Casa do Parque funciona das 11h às 23h. A exposição é aberta ao público, gratuitamente, e as pessoas tem a opção de encontrar no espaço uma boa refeição, um almoço ou jantar, no restaurante da Casa.
Ou seja, são vários motivos para visitar a Casa do Parque e viver momentos de experiências, sempre com músicos apresentando sua obra autoral, como Maurício Detoni, Deize Águena, o samba de Luciana Bonfim, entre outras especiais, como na abertura da exposição “O Circo” que contou com a presença da DJ Xodó Castrillon.
A Casa do parque está localizada na rua Marechal Severiano de Queiroz, 455, bairro Duque de Caxias, Cuiabá. Próxima à entrada dos fundos do Parque Mãe Bonifácia.
Mais informações pelo telefones telefone 3365-4789 e 8116-8083.