Nove anos após o furacão Katrina, Nova Orleans permanece erguida graças ao turismo cultural e gastronômico, que movimenta a economia local com festivais e eventos variados durante o ano inteiro, com destaque para o tradicional Mardi Gras, sua celebração de carnaval.
Os efeitos do furacão ainda não foram totalmente superados em determinadas áreas, mas a região central segue preservada, e a cidade, conhecida pelos apelidos de “NOLA”, “the Crescent City” e “Big Easy”, permanece como o centro do jazz no sul dos Estados Unidos.
Durante o dia, o estilo “dixieland” (que nasceu na cidade) ainda reina, com incontáveis músicos tocando pelas ruas e em dezenas de bares na Bourbon Street, a rua mais famosa do quarteirão cultural conhecido como “French Quarter”. Com a chegada da noite, um ar carnavalesco impulsiona os visitantes.
Ao caminhar pelas vielas da boêmia Bourbon Street durante a madrugada, a presença do hip hop pode surpreender fãs de jazz mais conservadores. O fato é que a nova "New Orleans" não se manteve imune à expansão avassaladora do hip hop e passou a abrigar casas noturnas com mulheres rebolando no estilo “twerk”, que virou uma febre nos EUA. Até mesmo o consagrado musico Dr. John, considerado o “patrono” da cidade, optou pela união com o hip hop no novo álbum que homenageia Louis Armstrong.
Com as mudanças na Bourbon, moradores e músicos nativos começaram a frequentar a Frenchmen Street, que vem se firmando como o novo polo de jazz. A rua é composta por duas quadras fora do French Quarter, nas quais é possível ouvir grupos excelentes de graça ou pagando-se uma entrada de cerca de US$ 15 (em torno de R$ 36).
Casas coloniais, jacaré e religião
Não é apenas de música que vive a cidade, que abrigou e inspirou escritores famosos como Tennessee Williams, Truman Capote, William Faulkner e Anne Rice. A Big Easy é movimentada pela arte de rua de pintores, artistas plásticos e performers. No entanto, é preciso estar atento: muitos posam para fotos de turistas, mas cobram pelo serviço logo em seguida e não aceitam que não haja alguma gorjeta. Isso vale também para grupos de sapateadores.
Os edifícios históricos também são um grande atrativo. As ruas do French Quarter mantêm a arquitetura originada da colonização francesa e parecem um pedaço da Europa no meio dos Estados Unidos. A melhor opção para conhecer a região é caminhar, pois a estrutura das ruas dificulta a mobilidade de automóveis e é raro encontrar uma vaga para estacionar.
O símbolo da colonização, a flor de lis, associada com a extinta monarquia francesa, pode ser visto pela cidade inteira em bandeiras, roupas, acessórios e nas camisas do time de futebol americano “New Orleans Saints”.
Além da influência francesa, a mistura de imigrantes africanos é notável no paladar da apimentada culinária local, “creole” e “cajun”. Uns dos pratos principais são o “jambalaya”, que se assemelha à espanhola paella, e o “alligator jambalaya”, que inclui pedaços de jacaré.
Esse animal também é um dos símbolos de Nova Orleans e pode ser visto em passeios turísticos em pântanos e fazendas históricas, nos arredores da cidade.
Outra influência dos antepassados da África foi o voodoo. A chegada dos escravos imigrantes através do rio Mississipi, que corta dez estados americanos e desemboca em Louisiana, trouxe a religião para Nova Orleans.
Parte do misticismo pode ser sentida nas visitas pelo “New Orleans Historic Voodoo Museum” e na loja “Marie Laveau's House of Voodoo”. Para os fãs de histórias de terror, existem tours guiados que passam por locais recheados de lendas de fantasmas e vampiros, com destaque para o cemitério Saint Louis.
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G1