Dica da Academia

Ninguém escreve ao coronel

Gabriel José Garcia Márquez, conhecido carinhosamente como Gabo, Prêmio Nobel da Paz de literatura de 1982, nasceu numa pequena e decadente cidade colombiana chamada de Aracataca próxima a cidade de Barranquilla. A sua cidade natal é usada como cenário e disfarçada em suas obras de ficção sob o nome de Macondo, que dá nome a esse ciclo de sua criação.

Em “Ninguém escreve ao coronel”, escrito em 1957, Gabo narra a história singela e emocionante de um coronel reformado na espera do pagamento de sua aposentadoria, que nunca chegava em razão da burocracia cartorial do país latino-americano, tendo que sobreviver com sua mulher asmática e um galo de briga que pertenceu ao seu filho morto.

Toda a semana o coronel espera a chegada da lancha que traz o correio para a cidade e nada de vir a tão esperada correspondência de sua aposentadoria. A narrativa de Gabo é densa e o humanismo de cada página comove o leitor com uma sátira e crítica demolidoras a burocracia, sendo encontrados vários personagens que apareceriam mais tarde no seu consagrador “Cem Anos de Solidão”.

A leitura é leve e fluida, envolvendo o leitor do começo ao fim para saber como terminará a espera do coronel pelo seu benefício que demora a chegar e como ele conseguirá sobreviver com sua esposa asmática sem dar fim ao galo e matar a fome de ambos.

Ninguém escreve ao coronel

Gabriel Garcia Márquez

Editora Record – 13ª. Edição

Tradução de Danúbio Rodrigues

Antonio Horácio da Silva Neto

About Author

Antonio Horácio da Silva Neto é juiz de direito do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e presidente da Academia Mato-grossense de Magistrados. Colaborador especial do Circuito Mato Grosso desde 2015.