Mato Grosso iniciou as atividades na Conferência da ONU sobre o Clima (COP25) defendendo a inclusão social e melhoria de qualidade de vida da população que vive na Região Amazônica. O posicionamento foi consenso entre todos os Estados Nacionais e Subnacionais que abrigam florestas em seu território e participaram da reunião da Força Tarefa dos Governadores pelo Clima e Floresta (GDF Task Force), realizada na manhã desta segunda-feira (09), em Madri, na Espanha.
Estados do Brasil, México, Peru, Colômbia e Indonésia registraram as suas prioridades para nortear as ações dos fundos de investimento gerenciados pelo GCFpara a próximo ano.
“É importante deixar de pensar apenas em assistencialismo para promovermos o fortalecimento das cadeias produtivas, com investimento em biotecnologia, para que a população consiga viver da floresta e na floresta, conservando os recursos naturais com dignidade e igualdade social”, reforça a secretária de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti.
Após a reunião do GCF Task Force, a delegação mato-grossense seguiu para a Embaixada do Brasil em Madri para alinhamento da mensagem que será deixada pelo Páis na COP 25. Governo Federal, Estados e Senado Federal buscam coalizão no discurso para que o Brasil possa receber pelos serviços ambientais prestados nos últimos 15 anos com a redução do desmatamento.
Durante a reunião, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, elencou que as prioridades de atuação do Brasil são: regularização fundiária; zoneamento socioecológico e econômico; biotecnologia voltada para fortalecimento das cadeias produtivas sustentáveis; comando e controle para combate da exploração e desmatamento ilegais e pagamento por serviços ambientais por serviços ambientais já prestados e reduções que ainda poderá ocorrer.
Ontem, o vice-governador Otaviano Pivetta se reuniu com representantes dos Estados Subnacionais para discutir o papel da inovação para implementação de estratégias em prol das florestas e da proteção do clima. Na terça e quarta-feira (10 e 11), Pivetta representa Mato Grosso no Fórum dos Governadores da Amazônia Legal na COP 25, ambiente de discussão implementado pelo Consórcio Interestadual da Amazônia Legal.
Ainda na programação desta segunda-feira, a secretária Mauren Lazzaretti participou de debate sobre o papel do financiamento e tecnologia para impulsionar uma mudança sustentável e com igualdade de gênero. A mesa conta com a participação de lideranças femininas de diversos países como Indonésia e Quênia em prol da proteção do clima e é organizada pelo Centro Internacional de Investigação Florestal (Cifor), World Agroforestry Centre (Icraf) e The Center for People and Forests (Recoftc).
Além de Pivetta e da secretária Mauren, participam da COP25 pelo Governo de Mato Grosso, o secretário executivo da Sema, Alex Sandro Marega; o diretor-executivo do Instituto Produzir Conservar e Incluir (PCI), Fernando Sampaio; a coordenadora do Programa REM-MT e analista de Meio Ambiente, Ligia Vendramin; e a assessora de relações internacionais, Rita Chiletto representante da federação indígena, Crisanto Rudzö Tseremeywá.
PIONEIRISMO – Mato Grosso é pioneiro na redução do desmatamento e nas emissões de gás carbônico. De acordo com o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), de 2004 a 2019 Mato Grosso reduziu o desmatamento em 86% na porção amazônica de seu território. De acordo com as Resoluções da Comissão Nacional Sobre REDD+ (CONAREDD+), nº 6/2017 e 14/2018, o Estado tem reduções verificadas de 1.152.107.791,26 toneladas de CO2, entre 2006 e 2017.
Por conta dessa significativa redução, Mato Grosso foi contemplado em 2017 com o programa REDD+ Early Movers – REM Mato Grosso, um programa de pagamento por resultados do governo da Alemanha e do Reino Unido para jurisdições pioneiras na redução do desmatamento. Os investimentos visam impulsionar as ações de combate ao desmatamento e valorização da floresta em pé.
De acordo com o Instituto Earth Innovation, de 39 jurisdições que abrigam florestas tropicais em seu território, Mato Grosso é a única que mantém uma ampla gama de iniciativas mais avançadas que abordam a produção pecuária e agrícola de grande e pequeno porte.
Essas iniciativas estão todas elencadas dentro da Estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI), lançada na COP 21 em Paris, que inclui 21 metas claras para aliar produção com conservação ambiental e inclusão social. As metas foram desenvolvidas por meio de processos participativos que incluíram atores de setores públicos, privados e sem fins lucrativos e buscam o desmatamento líquido zero em todo o estado e zerar emissões líquidas de carbono florestal até 2030, mantendo aproximadamente 6 gigatoneladas de CO2 fora da atmosfera, além de manter no mínimo 60% da cobertura vegetal nativa.