Autoridades policiais sul-coreanas apresentaram ao Tribunal de Seul uma ordem de prisão para o presidente deposto Yoon Suk-yeol. O pedido foi feito nesta segunda-feira, 30. A decisão se dá porque Suk-yeol se recusou, pela terceira vez, a comparecer ao interrogatório policial sobre a sua fracassada tentativa de imposição da lei marcial, no último dia 3 de dezembro.
O Gabinete de Investigação de Corrupção para Funcionários de Alto Nível da Coreia do Sul, que lidera a investigação conjunta com autoridades policiais e militares sobre a tomada de poder que durou apenas algumas horas, confirmou que solicitou o mandado do Tribunal Distrital Ocidental de Seul.
Eles planejam interrogar Yoon sob acusações de abuso de autoridade e orquestração de uma rebelião.
O mandado de prisão se dá também porque Suk-yeol bloqueou buscas policiais em seus escritórios.
Sob as leis do país, locais que potencialmente têm segredos militares não podem ser apreendidos ou revistados sem o consentimento da pessoa responsável, e é improvável que Yoon deixe voluntariamente sua residência caso o pedido de prisão seja aceito.
Há também preocupações sobre possíveis conflitos com o serviço de segurança presidencial de Yoon se as autoridades tentarem detê-lo à força.
Apesar do privilégio presidencial de imunidade contra processos criminais, tais proteções não se estendem a alegações de rebelião ou traição.
Ainda não há informações de se o tribunal autorizará a prisão de Yoon ou se ele poderá ser obrigado a comparecer ao interrogatório.
Crise política na Coreia do Sul
O líder conservador foi deposto pelo Parlamento sul-coreano em 14 de dezembro e está suspenso das suas funções até que o Tribunal Constitucional decida se valida ou não a decisão dos deputados.
A crise política se agravou na semana passada, quando o seu substituto interino, o primeiro-ministro Han Duck-soo, também foi demitido pelos legisladores por se recusar a assinar leis que abrem investigações contra Yoon.
O presidente deposto enfrenta acusações criminais por insurreição que podem resultar em prisão perpétua ou até mesmo pena de morte.
Um relatório do promotor visto pela AFP indica que Yoon autorizou as forças armadas a disparar suas armas se precisassem entrar no prédio do Parlamento no dia em que promulgou a fracassada lei marcial.
A lei marcial foi revertida por ele mesmo horas depois de sua promulgação, após os deputados votarem pela sua revogação. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS