O Museu Residência dos Governadores, localizado na região central de Cuiabá, retrata e preserva a história da casa que serviu de moradia aos chefes do Poder Executivo Estadual nas décadas de 40 a 80. O equipamento cultural da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT) expõe itens do antigo mobiliário de forma permanente e didática. A visitação é gratuita.
O acervo é composto por peças de mobiliário, louças, pratarias e objetos decorativos que oportuniza uma viagem pela história da política mato-grossense. A maioria dos itens foi adquirida ainda na década de 1940 por Maria Ponce de Arruda Muller, esposa do interventor Júlio Muller, que governou o Estado de 1937 a 1945.
O espaço conta, também, com mobiliários e objetos de decoração do antigo Palácio Alencastro, que abrigava a sede do governo estadual, e mantinha o acesso do chefe do executivo à Residência por meio de uma passarela.
Mesa de jantar dos governadores
A edificação por si só possui um valor histórico e arquitetônico. Construída em 1939, foi a primeira casa na cidade a possuir piscina e fogão a gás. Essas e outras características representaram uma grande inovação para o padrão da época.
De acordo com o superintendente de Preservação do Patrimônio Histórico e Museológico da Secel, arquiteto Robinson de Carvalho Araújo, o imóvel também trouxe uma nova configuração no ordenamento dos lotes na cidade.
“Atendendo a pedido de Maria Muller, a casa foi construída com recuo para o jardim ficar na frente e não nos fundos. Antes da década de 40, as casas em Cuiabá eram construídas encostadas uma na outra, à época o recuo nem era obrigatório. Outra inovação foi a tecnologia usada em sua construção, com lajes de concreto”, conta.
O superintendente da Secel destaca, ainda, que a visitação ao Museu Residência possibilita que a população conheça uma parte da história de Mato Grosso.
“O visitante vai visualizar como era uma moradia dos governantes na época, como era a configuração dos ambientes, como a ocupação do imóvel se relacionava ao poder executivo do Estado. Para nossa realidade atual, o imóvel tem um padrão consideravelmente simples mas naquele período representava muito luxo”, conclui Robinson Araújo.
A visitação é gratuita, podendo ser feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h, e das 14h às 17h30. O agendamento prévio é necessário somente para grupos, já que o atendimento é feito para, no máximo, 15 pessoas por vez. Para agendar a visita de escolas e outros grupos, o contato é o telefone (65) 3321-6589.
Edificação histórica
A Residência dos Governadores foi inaugurada em 1940, no Governo do Interventor Júlio Muller, e tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual em 1983.
Durante 45 anos, a residência abrigou 14 governadores de Mato Grosso e seus familiares, sendo desativada como residência oficial em 1986. Além disso, serviu de hospedagem para o ex-presidente Getúlio Vargas, em 1941, quando ele fez sua primeira visita a Mato Grosso.
Elaborado pelo arquiteto Humberto Kaulino, o projeto segue o estilo neocolonial de matriz hispano-americana, baseada na arquitetura das missões franciscanas da Califórnia, nos Estados Unidos, no período em que a região era colônia do império espanhol. Também chamado de Missões, o estilo era usado no Rio de Janeiro na década de 30.
No ano de 1987, a Residência abrigou a Secretaria de Estado de Cultura, e em seguida, até 2003, o Conselho Estadual de Cultura de Mato Grosso. Em 2004, foi a sede da Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso (MT Fomento). E de 2014 a 2017, no espaço foi instalado o Museu de Arte de Mato Grosso.
Com finalidade museológica, a Residência dos Governadores foi reaberta em novembro de 2018.
Vestimentas de Júlio Campos e sua esposa, último governador a residir no local
Créditos texto e fotos: Cida Rodrigues – Secel/MT
Serviço
Visitação ao Museu Residência dos Governadores
Entrada gratuita
De segunda a sexta-feira
Das 9h às 12h, e das 14h às 17h30
Agendamento de grupos: pelo telefone 65 3321-6589