Economia

Mudança para consumidor após corte da Selic é pequena

O Banco Central cortou a taxa básica de juros da economia de 14,25% para 14% ao ano nesta quarta-feira (19). A taxa Selic é a média de juros que o governo brasileiro paga por empréstimos tomados dos bancos. Quando a Selic aumenta, os bancos preferem emprestar ao governo. Já quando a Selic cai, os bancos são "empurrados" para emprestar dinheiro ao consumidor e conseguir um lucro maior. Assim, quanto maior a Selic, mais "caro" fica o crédito que os bancos oferecem aos consumidores, já que há menos dinheiro disponível.

Veja abaixo seis perguntas sobre os efeitos do corte da Selic para o consumidor. Para elaborar as respostas, o G1 ouviu Arnaldo Curvello, diretor da Ativa Wealth Management, e Robinson Trovó, da Trovó Academy.

1. Qual é a diferença após esse corte na compra a prazo de uma televisão, por exemplo?
Trovó explica que “toda vez que há um corte ou aumento na Selic, a Associação Nacional de Executivos de Finanças (ANEFAC) ajusta algumas taxas comuns no mercado e que impactam diretamente o consumidor, como taxa de cartão de crédito, do cheque especial, empréstimo pessoal e juros de comércio”.

O especialista usa como o exemplo os juros de comércio que, com a queda da Selic, foi para 5,9% ao mês para 5,88%. Antes do corte da taxa, um consumidor que comprasse uma TV por R$ 3 mil e dividisse em 12 parcelas pagaria R$ 14,75 de juros por mês. Após a redução da taxa, o valor dos juros cai para R$ 14,70 – ou seja, uma economia de apenas R$ 0,05.

2. Um consumidor que está querendo fazer um financiamento de uma casa ou carro deve sentir alguma diferença?
Curvello e Trovó apontam que a queda da Selic não muda em quase nada a vida do consumidor nesse ponto. “Os financiamentos se baseiam nas taxas do mercado futuro, que já estavam projetando queda antes da decisão do Banco Central”, explica Curvello.

3. É uma boa opção esperar mais alguns meses para pegar juros menores?
“A retomada da economia pode aumentar o apetite para crédito. Acho que veremos taxas mais baixas ao longo de 2017”, aposta Curvello. Já Trovó aconselha que “o consumidor nunca financie mais do que 50% do valor do imóvel ou carro porque, quanto maior o número de anos do financiamento, mais juros.”

4. Para quem já tem um financiamento correndo, os juros mudam?
Em geral não, uma vez que as taxas contratadas são pré-fixadas. Mas Curvello aponta que, se o consumidor tem financiamento contratado com taxa acima do mercado, pode pagá-lo e tomar um mais barato, com taxas mais baixas. “É uma troca de investimento.”

5. Os juros do cartão de crédito e cheque especial devem cair?
Curvello aponta que os juros do cartão e do cheque especial oscilam muito mais em função da inadimplência do que da taxa Selic. “Com a queda dos juros, pode haver uma retomada da confiança e aos poucos a volta do apetite por crédito. Neste caso, por uma razão indireta, as taxas podem cair.”

6. Para quem tem um investimento atrelado à taxa Selic, é melhor mudar a aplicação?
Trovó explica que a maioria das rendas fixas são atreladas à CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que caminham juntos à Selic. Hoje, a poupança está rendendo mais ou menos 6,5% ao ano, apenas. "Mesmo com essa pequena queda na Selic, os rendimentos na renda fixa continuam sendo superiores à poupança”, afirmou.

O especialista dá um exemplo de como a mudança da Selic impactará a renda fixa: “quando a taxa era mais alta, o rendimento bruto era de R$ 7.837,25. Já com a queda, foi para R$ 7,7 mil – ou seja, a diferença é pouquíssima, por isso não vale a pena deixar o investimento.”

Fonte G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26