Balanço da safra 2023/2024 divulgado nesta quinta-feira (21) pelas Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind-MT) aponta que o estado registrou recorde na produção de açúcar, além do maior índice de rendimento industrial na produção de etanol. A moagem da cana-de-açúcar teve aumento de 10,6%, totalizando 17,6 milhões de toneladas, o mesmo volume da safra recorde -registrado na temporada 2019/2020.
Da safra 2023/24, 12,08 milhões foram destinados a produção de etanol e 5,57 milhões tiveram como destino a produção de açúcar, o que representa uma redução de 3,59% e um aumento de 64,79%, respectivamente. A produção de açúcar atingiu o recorde de 537,7 mil toneladas, volume 7% superior à safra anterior.
Dentre os motivos para esse movimento, está a menor oferta de açúcar no mercado internacional, limitado em função da quebra de safra da cana em países asiáticos, como Índia e Tailândia, o que estimulou os preços no mercado mundial e a demanda pelo produto produzido no Brasil. Este cenário fez as exportações de açúcar mato-grossense registrarem o maior volume desde 2009, segundo dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex).
A produção de etanol de cana-de-açúcar foi de 1,118 milhão de m³, um aumento de 9,4% em relação à temporada anterior. Deste total, o Mato Grosso produziu a partir da cana 779,4 mil m³ de etanol hidratado e 396,61 mil m³ de etanol anidro. Ou seja, o biocombustível que vai direto para as bombas teve uma participação de 66,28% e do etanol que é utilizado na mistura com a gasolina, de 33,72%. Assim, se comprado com a safra anterior, a participação do hidratado sobre o mix teve um aumento de 2,69 p.p.
O aumento da produção de etanol foi resultado da melhor performance de produção das indústrias no Estado, e o de açúcar ocorreu devido ao maior foco na produção para atender a demanda externa. Nesta safra, o rendimento industrial na produção de etanol em Mato Grosso atingiu 96 litros/tonelada, o maior desde o início da série histórica.
Para o próximo ciclo de cana, é esperado que o mercado internacional se mantenha aquecido para o açúcar e o mix de etanol seja mais voltado para a produção de hidratado, uma vez que o biocombustível deve permanecer com alta liquidez no mercado.
“Nossa expectativa é que, no fechamento desta safra 2023/24, o Mato Grosso assuma a posição de vice-líder na produção nacional de etanol. A indústria de bioenergia do Estado vem, a cada ano, assumindo maior protagonismo no setor, tanto pelo crescimento na produção quanto pelo desenvolvimento de soluções de tecnologias de baixo carbono, aliadas à produção de alimentos e à conservação de biomas”, afirma o presidente do Bioind MT, Silvio Rangel
O Mato Grosso concorre para ter a primeira indústria de etanol carbono negativo do mundo, por meio da tecnologia de BECCS (bioenergia com captura e armazenamento de carbono) que está sendo desenvolvida em indústrias instaladas no Estado.
No primeiro trimestre de 2024, o Bioind MT vai divulgar os dados consolidados da safra 2023/24 com o encerramento da produção de etanol de milho. A expectativa é que o Estado produza 5,51 milhões de m³ de etanol, quando somado o de milho e cana-de-açúcar.