Mato Grosso se consolida cada vez mais como um dos principais produtores de etanol do país e já ocupa o terceiro lugar no ranking de maior fabricante do biocombustível, ficando atrás apenas de São Paulo e Goiás. A próxima safra reserva números favoráveis para o Estado e a estimativa é que sejam gerados 5,3 bilhões de litros, o que representa o aumento de mais de um bilhão de litros em relação ao produzido na última safra.
Atualmente, segundo dados apresentados pelas Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind), em coletiva de imprensa realizada na última quarta-feira (29), cerca de 75% da produção de etanol do estado é de milho. Na safra passada foram registrados 3,2 bilhões, sendo que a previsão é de que este número alcance o patamar de 4,2 bilhões de litros na safra 23/24.
Quanto ao etanol de cana, foram 1,075 bilhão de litros produzidos e, para a próxima safra, o esperado é de 1,1 bilhão de litros. Os dados, conforme o vice-governador Otaviano Pivetta, são surpreendentes. “O que aconteceu de 2015 a 2022 foi nada mais do que crescer dez vezes a produção de etanol. O Estado está acompanhando e procurando facilitar em tudo que é seu papel, além de criar condições para que novos investimos se estabeleçam”.
Quanto se fala de etanol de cana, foram 1,075 bilhão de litros produzidos e, para a próxima safra, o esperado é de 1,1 bilhão de litros. E apesar do setor viver um momento de incertezas, após uma política de estímulo ao consumo de combustíveis fósseis, quando houve baixa de impostos favoráveis à gasolina, os investimentos anteriormente planejados pelas indústrias puxaram a elevação da produção.
Os impactos desse desenvolvimento, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico Estadual, César Miranda Lima, devem impactar diretamente a sociedade. “Vamos aumentar muito a nossa produção com um combustível altamente sustentável. E, com isso tudo que estamos vendo, Mato Grosso será cada vez melhor para se morar, investir e resolver os problemas sociais”
Para 2023/24 o setor anunciou o início das operações de uma nova unidade de produção de etanol de milho em Primavera do Leste e a finalização da ampliação de outra unidade, em Nova Mutum. Isso porque, as indústrias apostaram no desenvolvimento do processo industrial, o que, consequentemente, trouxe maior valor agregado à matéria-prima, mudando toda a cadeia produtiva.
“Esse momento gera o fortalecimento de toda nossa cadeia, que trabalha constantemente pela inovação e para oferecer mais opções para mercado. No caso do etanol de milho, por exemplo, com a mesma matéria-prima é possível gerar também o DDG (Grãos Secos de Destilaria), que são utilizados para nutrição animal, energia elétrica e óleo de milho”, pontua o presidente da Bioind, Sílvio Rangel.
Já no caso da cana de açúcar é possível gerar também energia, biogás e levedura seca e biofertilizantes, conforme explica Sílvio Rangel. A produção local foi comercializada com dezessete estados brasileiros somente no ano de 2022, entre eles: São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Paraná.
O setor mato-grossense conseguiu diversificar para além da geração de energia e biofertilizantes, o que estimula, consequentemente, o crescimento de outras cadeias industriais e agrícolas. “Com esse perfil mais arrojado, estamos agregando mais e isso traz um impacto grande para toda a nossa sociedade. Com uma maior e mais diversificada produção, temos geração de empregos, renda e melhor arrecadação, que é revertida em investimentos em saúde, educação e infraestrutura”, completa Sílvio
Crescimento em números
Além do etanol, a indústria registrou um número considerável na produção de DDGs. Em relação ao insumo, que é originado a partir de milho, foram produzidos 1,6 milhão de toneladas nesta safra 2022/2023 e para a próxima safra 2023/2024 a estimativa é de que esse valor chegue a 1,8 milhão.
Quanto à moagem de milho para a produção de etanol, a previsão é que nesta safra seja registrado o patamar de 7,29 milhões de toneladas, enquanto para a safra 2023/2024 a devem ser moídos um total de 9,35 milhões de toneladas. Já em relação à cana, foram 15,9 milhões de toneladas moídas, na última safra, e, para 23/24, esse número deve chegar a 16,6 milhões.