Morreu nesta segunda-feira (10), em Cuiabá, o artista plástico Adir Sodré, um dos mais renomados de Mato Grosso.
Segundo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ele teve um infarto na frente da casa onde morava.
Adir nasceu em Rondonópolis em 1962, mas passou quase toda a vida em Cuiabá.
O secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Alberto Machado, lamentou a morte, por meio de nota.
“É uma imensa perda para a cultura mato-grossense. Um homem que sempre esteve além do seu tempo. Um artista com um potencial incrível e que teve sua arte reconhecida, não apenas em Mato Grosso, mas no Brasil e no Museu de Arte Moderna de Paris. Adir Sodré fará muita falta para a nossa cultura e para os amigos e familiares”,disse.
Adir Sodré, será velado na Capela Jardins das 09 às 13h, respeitando o uso obrigatório de máscaras e com número máximo de 10 pessoas simultaneamente.
O sepultamento será às 14h no Cemitério Parque Bom Jesus, na saída pra Santo Antonio do Leverger.
Arte de Adir Sodré — Foto: Divulgação
As pinturas dele são um registro da vida cotidiana nos bairros populares de Cuiabá e também da paisagem regional. Produz obras com temática social de caráter irreverente. Em trabalhos da década posterior, revela admiração pelo pintor francês Henri Matisse, usando cores puras e elementos decorativos em obras nas quais o erotismo é muito presente, como em Falos e Flores (1986) ou Orgia das Frutas (1987).
As suas obras são recheadas de elementos exclusivos do seu estilo como a melancia-vagina, montanha-seios, pênis-borboletas, num transbordante processo de erotização da natureza.
Em sua produção aborda temas relacionados à cultura regional e questões acerca dos povos indígenas.
Adir Sodré também pintou murais pela cidade — Foto: Arquivo pessoal
Adir Sodré de Souza já participou de exposições coletivas organizadas pelo Museu de Arte e de Cultura Popular da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT. Participou também, entre outras, das coletivas 'Como Vai Você, Geração 80?', na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, em 1983, e Modernidade, Arte Brasileira no Século XX, no Museu de Arte Moderna de Paris, em 1987.
Produz também retratos de personalidades, partindo da reprodução fiel da fisionomia, mas fazendo uso do humor.
A partir da década de 1980, Adir Sodré inclui em suas obras temáticas relacionadas aos povos indígenas, à invasão causada pelo turismo em determinadas regiões do Brasil e ao consumismo, esse último exemplificado no quadro Dolores Descartável (1984).