Minha amiga ficou assustada e revoltada com a ação dos vândalos. Um caso como este não pode acontecer. É um absurdo. Ela me contou que todos eles estavam armados com paus e facas e pelo que fiquei sabendo não foi preso ninguém, afirmou a moradora.Além de invadir a residência, torcedores tentaram entrar em uma loja de mármore situada na avenida. Os torcedores quebraram produtos e grades do estabelecimento. De acordo com o gerente da empresa, que prefere não se identificar, por medo de represálias, o prejuízo deixado pelos vândalos vai ultrapassar os R$ 4 mil.
No momento do tumulto não tinha nenhum vigilante. Temos somente câmeras de segurança. Eles tentaram entrar aqui, mas não conseguiram. Eles arrancaram parte das grades de ferro e quebraram algumas peças de mármore. Muita coisa ficou danififcada, como o piso onde estão as fixadas as grades. Já calculei por baixo o prejuízo e vamos gastar mais de R$ 4 mil para consertar as coisa quebradas pelos torcedores, relata.
Ainda segundo o gerente da loja de mármore, a empresa não registrou o Boletim de Ocorrência (B.O), pois não sabe quem participou da ação.Pensamos na manhã desta segunda-feira em registrar um B.O, mas desistimos por não saber quem quebrou a loja. E não vai adiantar muita coisa já que é difícil prender esses caras, disse.
Praça da discórdia
A Praça da Cruz Grande, na Serrinha, é um dos locais mais perigosos quando ocorrem partidas no Estádio Arena Castelão. De acordo com o morador Luís Carlos Barbosa, 54, em dia de jogos, torcedores de Ceará e Fortaleza entram em confronto proporcionado um cenário de terror e guera na vizinhançaá é uma tradição. Nem precisa ser os dois times jogando entre si. Quando Ceará tem jogo a torcida do Fortaleza se esconde e quando passa um ônibus com a torcida do Ceará, os do Fortaleza atiram pedras e paus contra o veículo. E vice-versa. A do Ceará faz o mesmo. Na partida do Fortaleza de domingo foi a mesma coisa, afirmou.
O estudante Kildere Tavares, 21, relatou que minutos antes do jogo começar viu dezenas de torcedores do Fortaleza correndo, alguns ensaguentados.Um, inclusive, estava caído no chão, quase desmaiado, porque foi atingido por uma pedra. De acordo com os policiais, pedaços de madeira e pedras também foram utilizados no confronto.
Tumulto antes de jogo
Torcedores do Fortaleza e do Paysandu geraram tumultos em diferentes áreas da capital cearense no percurso para a Arena Castelão no fim da tarde de domingo (14) e dentro do estádio. De acordo com o tenente-coronel Aginaldo Oliveira, do Batalhão de Policiamento de Eventos da Polícia Militar, três integrantes da torcida do Paysandu foram presos com entorpecentes na Arena, sendo levados para a delegacia do próprio Castelão. Outros quatro foram retirados da partida por provocação à torcida do Fortaleza, colocando bandeiras do time viradas para baixo.
Nos arredores da Arena Castelão também houve brigas de torcidas. No entanto, Aginaldo Oliveira nega que tenha havido tiroteio e, segundo ele, nada prejudicou a segurança dos torcedores antes do jogo. O tenente-coronel disse que foram registrados tumultos nos terminais de ônibus do Antônio Bezerra e Lagoa e ainda no Bairro Pici, próximo ao Estádio Alcides Santos, que pertence ao Fortaleza.
No viaduto próximo ao supermercado Makro, a cerca de 5 km da Arena Castelão, o policiamento precisou ser reforçado, já que a torcida do Paysandu se dirigia ao jogo em oito ônibus. Segundo Oliveira, nesta área houve princípio de baderna, mas a polícia coibiu. Na saída, os torcedores do Paysandu tiveram de permanecer na Arena Castelão e embarcar 30 minutos depois do jogo, disse Aginaldo ao G1 logo após o fim da partida.
G1