O Flamengo é mais um grande do Rio a pagar o preço de usar equipe alternativa e largar com tropeço no Campeonato Carioca. O atual campeão escalou o time sub-20 com algumas peças mais experientes em duelo com o Boavista, em Aracaju, e acabou surpreendido, perdendo por 2 a 1 em jogo no qual o futebol rubro-negro foi pobre e pouco efetivo. No sábado, o Botafogo também foi derrotado e o Vasco apenas empatou com suas equipes bem modificadas.
Foi somente a segunda vitória do Boavista diante do Flamengo na história. O fim de um jejum que durava desde 2012 veio com gols de Zé Vítor, de cabeça, e Raí, aproveitando a sobra na área, um em cada etapa.
Com muita torcida por todo o País, o Flamengo iniciou seu tour pelo Nordeste, onde realizará outros jogos do Carioca, com baixo apoio no acanhado estádio Batistão, em Aracaju, de pouco mais de 3,2 mil torcedores. A cantoria alta, porém, era um combustível para encarar um rival que vinha se aprimorando para a competição desde novembro.
Mesmo com a molecada do sub-20 que deixou a Copinha de Juniores para defender o clube nas quatro primeiras rodadas – o time profissional está realizando pré-temporada em Orlando, nos Estados Unidos -, reforçado com Pablo, Lorran e Carlinhos, o campeão Flamengo prometia largada com triunfo.
E não demorou a “alugar” o campo de ataque, sempre buscando a abertura do placar. Lorran, Thiaguinho e Carlinhos, liberado de suspensão da CBF após pagamento de multa, davam enorme trabalho no setor ofensivo, na busca por derrubar o paredão defensivo.
Mesmo acuado, o Boavista foi quem balançou as redes primeiro. Mas o lance acabou impugnado já que a bola saiu pela linha de fundo antes do cruzamento de Matheus Alessandro para a conclusão de Zé Vítor.
De volta após passagem pelo Botafogo, o zagueiro e capitão Pablo chamou a atenção de todo o esquema defensivo para evitar surpresas desagradáveis na estreia. Na história, a equipe perdeu somente uma vez em 22 encontros com o Boavista, com 17 triunfos.
A bronca não surtiu efeito e o Flamengo continuou cometendo muitos erros. Cléber dos Santos usou a parada técnica para hidratação visando encaixar a marcação e, ao mesmo tempo, melhorar o setor ofensivo, bastante ativo, mas sem conseguir finalizar.
As orientações, sobretudo com Welinton, parecem não ter surtido efeito e Zé Vítor, sozinho na área, nas costas de Pablo, recebeu o ótimo cruzamento de Vitor Ricardo para abrir o marcador aos 35 minutos. Não fosse defesa de Dyogo Alves, e a desvantagem seria maior antes do intervalo. O goleiro brilhou em cabeçada do volante Marthã, espalmando em cima da linha. O time rubro-negro estava perdido em campo.
Cléber dos Santos optou por dar voto de confiança ao time, mas bastaram poucos minutos da etapa final para ver que o papo do vestiário não surtiu efeito. Ele cobrava mais vitalidade e disposição dos comandados em campo. A torcida começou a se irritar com a falta de objetividade.
O Boavista, tranquilo em campo, sufocava e teve chances para ampliar, com bola na trave após desvio do zagueiro Pablo e com Raí parando em boa defesa de Dyogo Alves. Toda à frente, o time acabou permitindo um contragolpe mortal ao Flamengo.
Lorran soltou uma bomba da entrada da área no travessão e Carlinhos aproveitou a sobra, deixando tudo igual, de cabeça. O Flamengo, contudo, não aproveitou o clima favorável e rapidamente voltou a ficar em desvantagem, com jogada muito semelhante ao gol do rubro-negro.
Em seu primeiro lance na partida, Resende bateu colocado e parou no travessão. A volta foi para Gabriel Conceição, que errou a cabeçada, mas deixou para Raí anotar o segundo do Boavista. Mesmo com muito tempo pela frente, o Flamengo jamais demonstrou forças para buscar ao menos a igualdade, e larga o ano com revés não programado e vaias.
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 1 X 2 BOAVISTA
FLAMENGO – Dyogo Alves; Daniel Sales (Guilherme Santos), Pablo, Cleiton e Zé Welinton; Rayan (Caio Garcia), Fabiano (João Alves) e Guilherme (Shola); Lorran, Thiaguinho (Felipe Teresa) e Carlinhos. Técnico: Cléber dos Santos.
BOAVISTA – André; Vitor Ricardo, Gabriel Caran, Xandão e Mascarenhas (Alyson); Marthã (Sheldon), Caetano (Resende) e Zé Mateus; Matheus Alessandro (Abner Vinícius), Raí e Zé Vítor (Gabriel Conceição). Técnico: Caio Zanardi.
GOLS – Zé Vítor, aos 35 minutos do primeiro tempo; Carlinhos ao 10, e Raí, aos 21 do segundo.
CARTÕES AMARELOS – Pablo, Carlinhos, Fabiano e Thiaguinho (Flamengo) e Gabriel Caran (Boavista).
ÁRBITRO – Pierry Dias dos Santos.
RENDA – Não disponível.
PÚBLICO – 3.263 pagantes.
LOCAL – Estádio Batistão, em Aracaju.